A redução do número de radares faz cair 82% as multas por velocidade nas BRs

2015-04-10_190211

Em uma ano as infrações caíram de 2,2 milhões, em 2021, para 402 mil, no ano passado 

As multas de trânsito nas rodovias federais tiveram queda de 21% em 2022. Segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal, feito com restrição a pedido do R7, foram 4,1 milhões de infrações registradas de janeiro a dezembro do ano passado, contra 5,2 milhões no mesmo período de 2021 (veja o ranking abaixo).

Mas o que chama a atenção é a multa campeã de aplicação, a de transitar em velocidade superior à máxima permitida em até 20%, que caiu 82% no último ano. De 2,2 milhões de infrações registradas em 2021, passaram para 402 mil, em 2022.

O advogado Antonio José Dias Junior, coordenador da Comissão de Trânsito da OAB-SP (Ordem dos Advogados de São Paulo), explica que o motivo é a redução dos radares nas rodovias federais. “O governo anterior, do presidente Jair Bolsonaro, compareceu o número de radares fixos. Também foi alterado a resolução que tratou dos radares móveis, aqueles que são instalados em tripes perto das viaturas esperas. para cerca de 1,5 mil. O que impactou muito nas infrações de velocidade”, afirma Dias Junior.

Além da suspensão de radares móveis em 2019, que depois foi revogada pela Justiça, em novembro de 2020, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) proibiu os radares ocultos. Resolução determinou que todas as vias monitoradas devem ter placas indicando a velocidade máxima permitida, com medidores visíveis. Os trechos monitorados e a localização dos radares também devem ser divulgados na internet.

Para o coordenador da Comissão de Trânsito da OAB, isso acabou afetando a fiscalização. “Infelizmente não foi uma conscientização do motorista que fez as multas cairem. O que acontece realmente é que a fiscalização ficou mais afrouxada”, avalia o advogado.

Ele explica que, em termos de segurança no trânsito, a diminuição de radares nas rodovias preocupa bastante. 

Até o momento não há nenhuma sinalização do atual governo no sentido de voltar como era antes, tanto o número de radares fixos como o de radares móveis. No entanto, Dias Junior defende uma campanha de conscientização. “Não é só multar por multar. Nós precisamos trazer o motorista para entender o erro que ele está cometendo. E a educação começa na escola. Se nós formamos alunos mais conscientes sobre o trânsito seguro, nós teremos um reflexo futuro de motoristas mais conscientes da velocidade, de não beber e dirigir e de não usar o celular enquanto dirige também”, disponível.

• Transitar em velocidade superior à máxima permitida em até 20% (402.188)

• Ultrapassar pela contramão linha de divisão de fluxos opostos, contínua amarela (183.712)

• Conduzir o veículo registrado que não esteja devidamente licenciado (178.404)

• Transitar em velocidade superior à máxima permitida em mais de 20% até 50% (162.489)

• Desobedecer às ordens emanadas da autoridade competente de trânstio ou de seus agentes (149.450)

• Conduzir o veículo com equipamento obrigatório em desacordo com o estabelecido pelo Contran (145.471)

• Dirigir veículo sem posse CNH/PPD/ACC (128.636)

• Conduzir veículo com equipamento dos sistema de iluminação e de sinalização alterados (128.577)

• Conduzir o veículo em mau estado de conservação, comprometendo a segurança (122.839)

• Deixar o condutor de usr o cinto de segurança (122.731)

Considerada média, a multa por transitar em velocidade superior à máxima permitida em até 20% é de R$ 130,16, e acumula 5 pontos na CNH. Já a infração por transitar em velocidade superior à máxima permitida em mais de 20% até 50% é de R$ 195,23, considerada grave, e acumula 5 pontos na CNH.

Número de multas por estados e Distrito Federal

Acre – 15.531

Alagoas – 40.597

Amazonas – 20.102

Amapá – 17.725

Bahia – 417.089

Ceará – 127.403

Distrito Federal – 73.745

Espírito Santo – 150.991

Goiás -230.368

Maranhão – 73.246

Minas Gerais – 448.671

Mato Grosso do Sul – 248.158

Mato Grosso – 172.732 

Pará – 77.959

Paraíba – 77.878

Pernambuco – 136.371

Piauí – 85.095

Paraná – 237.205

Rio de Janeiro – 418.981

Rio Grande do Norte – 76.745

Rondônia – 93.104

Roraima – 12.032

Rio Grande do Sul – 252.011

Santa Catarina – 178.035

Sergipe – 37.545

São Paulo – 378.072

Tocantins – 37.861

Total: 4.135.252