A grosseria é tão contagiosa quanto a gripe de acordo com a ciência

2015-04-10_190211

Vivemos em tempos difíceis. Momentos em que é fácil perder a paciência, e a compostura, deixando a hostilidade e a grosseria protagoniza nosso dia a dia.

Vivemos em tempos difíceis. Momentos em que é fácil perder a paciência, e a compostura, deixando a hostilidade e a grosseria protagoniza nosso dia a dia.
Momentos em que os insultos se tornaram o pão diário, em todas as esferas e em todos os lugares, transformando desdém e grosseria em uma presença perene que muitos aceitaram, melhor ou pior, em suas vidas.
Tempos em que esquecemos as sábias palavras do filósofo Eric Hoffer: “A grosseria é uma imitação fraca da força“.
Pesquisadores da Universidade da Flórida acreditam que, pelo menos em grande parte, esse fenômeno ocorre porque a hostilidade e a grosseria são contagiosas, como a gripe.
Em uma série de experimentos, eles descobriram que pessoas que foram insultadas ou testemunharam grosseria, em algum momento, acabaram atacando verbalmente outras pessoas.
Comportamentos incisivos e mal-educados geralmente geram um efeito de bola de neve. Quanto mais nos expomos à grosseria e hostilidade, maior a probabilidade de percebê-los nos outros e, acima de tudo, maior a probabilidade de sermos rudes e hostis com os que estão ao nosso redor.
O comportamento impiedoso semeia dentro de nós uma semente que cresce – lenta, mas inexoravelmente – até acabar tomando conta de nossos atos.
Se eles foram grosseiros com você, é mais provável que você seja grosseiro com os outros
Em um dos experimentos, os participantes tiveram que completar uma breve pesquisa de 15 minutos. Quando terminaram, um dos pesquisadores fingiu ser um participante tardio e pediu para ser incluído no estudo.
Em um grupo, o pesquisador disse-lhe educadamente que o experimento havia começado e se ofereceu para agendá-lo para outro momento. Em outro grupo, o pesquisador repreendeu o participante e disse-lhe para sair.
Todos os participantes tiveram que concluir uma tarefa semelhante a uma sopa de palavras. Algumas palavras foram positivas, como “útil” e outras tinham um componente hostil, como “rude”.
Curiosamente, as pessoas que viram o pesquisador se comportarem de maneira hostil e rude rapidamente detectaram as palavras hostis e rudes, o que significa que elas estavam ativas em suas mentes.
Para verificar se essa sensibilidade afetou o comportamento social, os pesquisadores realizaram outro estudo. Eles verificaram que, quando as pessoas assistiam a um vídeo em que um funcionário se comportava mal com um cliente, ao gerenciar um incidente, escreviam e-mails mais hostis.
Isso significa que, quando sofremos um comportamento hostil ou o testemunhamos, em nossa mente o conceito de grosseria é ativado, mesmo que não estejamos plenamente conscientes.
Como resultado, teremos mais probabilidade de classificar pequenos sinais de mídia como hostis, rudes ou rudes. Isso nos faria cair em uma profecia autorrealizável, por isso, acabamos respondendo a nós mesmos com grosseria.

A grosseria nos drena literalmente
Os pesquisadores também descobriram uma ligação entre grosseria e níveis mais baixos de autocontrole.
Quando alguém é hostil e indelicado conosco, nos obriga a gastar uma enorme quantidade de energia mental destinada a descobrir o que está acontecendo.

O que causou a grosseria? O que significa exatamente?
Se alguém nos atacar fisicamente, por exemplo, todos podemos perceber que é um comportamento abusivo. Não há dúvida. Mas se alguém nos disser: “Decole!”, saberemos se ele foi agressivo, rude ou com pressa. Em contextos sociais, a grosseria é geralmente ambígua, portanto, está aberta à interpretação.

Esses pensamentos consomem recursos cognitivos e acabam reduzindo nossa capacidade de controlar impulsos.
Portanto, se já testemunhamos grosseria, teremos maior probabilidade de ser rude e hostil com os outros, simplesmente porque não controlamos nossos impulsos. De certa forma, pagamos aos outros a grosseria ou o desprezo sofrido, às vezes sem estarmos plenamente conscient…