A educação que você da aos seus filhos, inclui questões emocionais?

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Para nosso crescimento saudável, precisamos que nossas necessidades básicas sejam atendidas pelos nossos cuidadores. Todos temos necessidades básicas, e elas vão desde ao sono e o descanso que o corpo precisa, até o afeto que vai nos fortalecer para chegarmos na vida adulta da melhor forma possível. Mas apesar de entendermos que crianças precisam de cuidados, será que sabemos quais são eles?

Uma infância saudável pede por um vínculo seguro. Normalmente, quando não supridas, as necessidades de vínculo seguro podem desencadear uma ideia de rejeição, abandono, de ser incapaz ou de não ser suficiente, e também pode desenvolver uma noção de que os outros podem nos fazer mal. Pais ou cuidadores que são frios, distantes, críticos, pouco compreensivos e invalidantes, costumam estar por trás dessa dificuldade.

Crianças também tem a necessidade de desenvolver autonomia e identidade. Desenvolvemos isso quando temos pais que conseguem nos mostrar que somos capazes e suficientes, que nos permitem sermos independentes (dentro do possível para a idade) e que não forçam uma dependência nas outras pessoas para atingir metas. Quando a autonomia e a identidade ficam prejudicadas, temos adultos que não se sentem capazes de realizar tarefas sozinhos, e assim se tornam dependentes de relacionamentos, de outras pessoas ou que possuem crenças de fracasso.

A validação é muito importante para essas duas necessidades. Alguns pais, para corrigir as falhas dos filhos, costumam privar emocionalmente. Crianças que tem as emoções julgadas e punidas ao invés de acolhidas e validadas, podem se tornar adultos “submissos”, que anulam a si mesmos para não perder o afeto do outro. O mesmo pode acontecer quando a criança é podada e não tem liberdade de se expressar. Espera-se que ela tenha maturidade e capacidade de entendimento de adulto, e esquecemos que ela ainda é um ser em desenvolvimento.

E com isso, entramos numa questão fundamental e que tem uma linha tênue: a dos limites. Crianças precisam de limites, mas eles precisam ser realistas. Sabemos que o mundo tem se tornado perigoso e como cuidadores precisamos proteger as crianças dos possíveis riscos. Mas isso não significa privar a criança de ter uma infância normal, e superprotegê-la até de situações que não representam risco.

Pense na sua infância. Que tipo de tratamento você recebeu dos seus cuidadores e como a sua versão criança se sentiu com aquilo. Nem todos tivemos uma infância positiva como a que foi descrita. Por um momento, abrace a sua versão criança, você pode atender agora as necessidades dela que ficaram para trás.

Psicóloga Viviane Tremarin Pós-graduanda em Terapia
Cognitivo-Comportamental