Um relatório recente trouxe à tona um alerta preocupante sobre o futuro da órbita terrestre: os satélites da Starlink, empresa pertencente a Elon Musk, estão caindo todos os dias – e esse cenário tende a se intensificar. A expectativa, segundo o documento, é de que até cinco satélites por dia deixem de operar e acabem reentrando na atmosfera terrestre num futuro próximo.
Nos últimos dias, diversos moradores da Califórnia, nos Estados Unidos, relataram ter visto luzes estranhas cortando o céu noturno. A princípio, muitos acreditaram que se tratava de meteoros. No entanto, a EarthSky, especializada em estudos astronômicos, confirmou que os objetos não eram meteoritos, mas sim satélites Starlink em processo de reentrada.
Satélites em queda: tendência natural, mas crescente
Atualmente, estima-se que entre um e dois satélites Starlink já caem na Terra todos os dias. Isso ocorre, principalmente, devido ao curto ciclo de vida desses dispositivos, que é de aproximadamente cinco anos. Assim que um satélite sai de operação, a empresa o substitui por outro, mantendo a constelação ativa.
No entanto, o problema vai além da simples substituição. A pesquisa indica que, com o avanço do tempo, o número de quedas pode chegar a cinco por dia. Esse aumento está diretamente relacionado à quantidade crescente de equipamentos em órbita e também à maior atividade solar prevista para os próximos anos.
Atividade solar acelera deterioração de satélites
Além do tempo de vida útil reduzido, os efeitos da atividade solar intensa também interferem no desempenho dos satélites. A radiação solar impacta diretamente na densidade da atmosfera terrestre, o que, por sua vez, aumenta o atrito e acelera a queda desses objetos. Ou seja, quanto mais intensa for a atividade solar, mais frequentes serão as reentradas dos satélites.
Outro ponto crucial é que a Starlink não é a única responsável por essa crescente quantidade de objetos no espaço. Embora a empresa de Elon Musk possua cerca de metade dos mais de 12 mil satélites ativos atualmente, outras companhias também contribuem para o aumento da ocupação da órbita terrestre.
Risco de colisões e detritos espaciais preocupa cientistas
Com milhares de satélites circulando a Terra, o risco de colisões entre eles se torna cada vez maior. Essa preocupação está diretamente ligada ao que especialistas chamam de Síndrome de Kessler — um efeito cascata em que a colisão de dois satélites gera detritos que, por sua vez, colidem com outros objetos, criando um ciclo perigoso e difícil de controlar.
Consequentemente, o aumento dos detritos espaciais eleva os riscos de novos choques e acelera a degradação do ambiente orbital. Embora a maioria desses objetos caia de volta ao planeta sem provocar danos, há exceções alarmantes.
Quedas podem causar ferimentos ou mortes até 2035
Apesar de boa parte dos satélites se desintegrarem na reentrada, nem todos os casos terminam de forma inofensiva. Em 2023, a Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos publicou um estudo que alertava para os riscos crescentes associados à queda de satélites.
Segundo esse relatório, se o cenário atual persistir, até 2035, uma pessoa poderá ser ferida ou morta por detritos espaciais a cada dois anos. Esse dado reforça a urgência por medidas mais eficazes de regulação e controle da ocupação do espaço.
Conclusão: queda de satélites é um fenômeno crescente e preocupante
Em resumo, os satélites da Starlink estão caindo com frequência cada vez maior, impulsionados por seu curto tempo de vida, aumento de lançamentos e efeitos da atividade solar. Além disso, a escalada na quantidade de satélites em órbita agrava o risco de colisões, contribuindo para a formação de detritos espaciais.
Embora muitos desses equipamentos retornem à Terra de forma segura, o risco de acidentes envolvendo seres humanos não pode ser ignorado. Com isso, cresce a pressão sobre empresas e governos para que adotem medidas que assegurem um uso mais responsável e sustentável do espaço orbital.


