Classe afirma que greve não tem data para acabar
Os professores da rede estadual fizeram novo ato contra o governo na tarde desta segunda-feira (25), em frente à Prefeitura Municipal de Bento Gonçalves. Segundo os organizadores, cerca de 40 professores se reuniram por volta das 16h em ação de panfletagem e protesto.
A diretora do 12º núcleo do Cpers (Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul) Juçara Borges, ressaltou que a greve da classe não tem data para acabar. “Continuamos em greve. Nesta terça-feira (26), teremos ato em Porto Alegre, porque as PLS vão entrar novamente na Assembleia Legislativa. Teremos reunião na quinta-feira (28), e por fim, assembleia no Estádio Gigantinho, para avaliar como estão os movimentos nos núcleos do Cpers”, explica. “A assembleia não significa que vamos voltar a trabalhar”, pontua.
Greve
O início da greve foi marcado pelo 21º parcelamento de salário em três anos. Os funcionários do executivo do Rio Grande do Sul receberam a primeira parcela em setembro de apenas R$350, o que revoltou a classe dos professores, que entrou em greve no dia 5. No entanto, a paralisação busca um enfoque também político, de acordo com o panfleto entregue para a população de Bento Gonçalves.
Assuntos como escolas sucateadas, fechamentos de turmas, insegurança entre educadores, projeto para privatização de escolas públicas, redução de turnos e mudança curricular são apontados pelo Cpers como fatores de indignação.
“A quantia de R$350 é praticamente 1/3 do salário mínimo e impediu que pagassem contas como aluguel, luz, água, telefone, alimentação da família e até mesmo as passagens para exercerem suas funções na escola”, diz a publicação. “Os sucessivos parcelamentos têm feito os educadores adoecerem física e psicologicamente”, acrescenta.
“Mesmo com a fala do governo hoje, dizendo que vai pagar os menores salários, vamos continuar. Esse pronunciamento só significa que o Estado tem para pagar, mas não o faz para pressionar os deputados para privatizarem as estatais. E nós continuamos na luta”, destaca Juçara.
Governador diz que vai pagar salários
O governador do Estado, José Ivo Sartori, disse em entrevista coletiva na manhã de segunda-feira (25) que vai pagar a folha de setembro primeiro para os servidores que recebem salários entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil. Mas salientou que as projeções só se confirmarão se não houver um revés jurídico. O Piratini deve fechar o mês com cerca de R$ 60 milhões em caixa e conseguirá integralizar os contracheques de até 60 mil funcionários públicos (17,3% da folha do Executivo).
Situação em Bento Gonçalves
A Escola Estadual Mestre Santa Bárbara, que havia paralisado totalmente as aulas, agora está com aulas parcialmente. A Escola Estadual Imaculada Conceição e o Colégio Estadual Dona Isabel estão parcialmente em greve.
Término do ano letivo depende do governador
Juçara Borges enfatizou que o término do ano letivo dos alunos vai depender da posição do governador José Ivo Sartori. “Se os alunos vão terminar ou não o ano, vai depender dele. Isso é um desrespeito com os professores”, comenta.