O cérebro passa por uma mudança radical durante uma fase da vida em que precisa otimizar seu funcionamento com os nutrientes que consegue absorver:

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À medida que o corpo humano envelhece, ocorrem mudanças notáveis em suas capacidades físicas. Esse processo, especialmente evidente entre os 40 e os 50 anos, é conhecido como a “quinta década”. Durante esse período, diversos órgãos sofrem deterioração, resultando na perda de massa muscular, diminuição da acuidade visual e desgaste das articulações.

No entanto, o cérebro apresenta um padrão diferente de envelhecimento. Em vez de uma deterioração progressiva, o cérebro passa por uma reconfiguração de suas redes internas. Pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, analisaram mais de 150 estudos sobre o envelhecimento do corpo e do cérebro e descobriram que, com o tempo, o cérebro perde a capacidade de absorver glicose, um nutriente essencial.

Para compensar essa perda, o cérebro realiza uma reengenharia interna para otimizar a utilização dos nutrientes disponíveis. Esse processo é considerado “radical” e resulta na integração das diferentes redes de neurônios, afetando o processo cognitivo.

Surpreendentemente, em alguns casos, essa reconfiguração pode conferir uma resistência ao envelhecimento cerebral. Compreender esses processos é crucial para a pesquisa sobre como retardar o envelhecimento do cérebro.

Durante o crescimento e a juventude, o cérebro é altamente conectado, facilitando o aprendizado de novas habilidades e conhecimentos. No entanto, por volta dos 40 anos, ocorre uma mudança significativa nos circuitos cerebrais. Isso resulta em menor flexibilidade cognitiva, menor inibição de resposta e redução das habilidades de raciocínio verbal e numérico.

A boa notícia é que essas mudanças radicais podem ajudar a resistir ao envelhecimento cerebral em alguns casos. Tarefas que dependem de processos automáticos ou habilidades aprendidas ao longo da vida, como linguagem e conhecimentos gerais, podem até melhorar com a idade.

Para manter o cérebro saudável à medida que envelhecemos, é fundamental manter uma dieta saudável e praticar exercícios físicos. Alimentos como nozes, abacate e vegetais são recomendados, pois afetam positivamente o funcionamento do cérebro.

Além disso, a prática de exercícios mentais, como palavras cruzadas e jogos de memória, pode ajudar a manter as redes cerebrais ativas, mesmo com as mudanças na conectividade. Essas medidas podem contribuir para preservar a saúde do cérebro à medida que envelhecemos.