Medicamento contra o câncer, resultado de 20 anos de pesquisa, mata todos os tumores e preserva células saudáveis

2015-04-10_190211

Estudo do Hospital City of Hope, de LA, nos Estados Unidos em cima do medicamento AOH1996 comprovou eliminar diferentes tipos de tumores
Cientistas do Hospital City of Hope, de Los Angeles, nos Estados Unidos, desenvolveram uma droga contra o câncer capaz de eliminar diferentes tipos de tumores. O medicamento foi testado em 70 diferentes células cancerígenas em laboratório, incluindo as derivadas de câncer de mama, próstata, cérebro, ovário, colo do útero, pele e pulmão.

O medicamento, fruto de 20 anos de pesquisa e desenvolvimento, tem o codinome AOH1996 em homenagem a Anna Olivia Healy, que morreu em 2005, aos nove anos, em decorrência de um câncer infantil. A médica Linda Malkas, que lidera o estudo, conheceu o pai da menina pouco antes da sua partida e foi inspirada a encontrar uma cura em sua memória, informa o jornal DailyMail.

Essa nova terapia tem como alvo uma variante cancerígena do PCNA, uma proteína que em sua forma mutante é crítica na replicação do DNA e reparo de todos os tumores em expansão, o que ajuda as células doentes a se replicarem e crescerem.

Em um artigo recente publicado na revista Cell Chemical Biology, os cientistas relataram que, durante testes, o remédio matou seletivamente as células cancerígenas, interrompendo seu ciclo reprodutivo normal, e preservou as células saudáveis.

“A maioria das terapias direcionadas se concentra em um único caminho, que permite que o câncer astuto sofra mutações e eventualmente se torne resistente. PCNA é como um hub de terminal de grande companhia aérea contendo vários portões de avião. Os dados sugerem que o PCNA é alterado exclusivamente nas células cancerígenas, e esse fato nos permitiu projetar uma droga que visava apenas a forma de PCNA nas células cancerígenas”, explicou Malkas.

E ela acrescentou: “Nossa pílula para matar o câncer é como uma tempestade de neve que fecha um importante hub de companhias aéreas, fechando todos os voos de entrada e saída apenas em aviões que transportam células cancerígenas”.

A médica disse ainda que os resultados até agora têm sido “promissores”, já que a molécula pode suprimir o crescimento do tumor por conta própria ou em combinação com outros tratamentos contra o câncer “sem resultar em toxicidade”.

A droga, agora, está sendo testada em humanos em um ensaio clínico de Fase 1. O próximo passo dos pesquisadores, informa o DailyMail, será  entender melhor o seu mecanismo de ação para melhorar ainda mais os testes.