Tarifa de energia sobe em setembro e de apagão permanece

2015-04-10_190211

Governo nega possibilidade de racionamento, mas Operador Nacional do Sistema (ONS) alerta para risco de cortes

O encarecimento das contas de luz está tirando o sono dos brasileiros. O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou a previsão de uma nova alta das tarifas de energia a partir de setembro. Diante da maior crise hídrica em 91 anos, renasceu também o temor de que o país possa ser obrigado, novamente, a conviver com o racionamento de energia, hipótese, até agora, negada pelo governo.
Nesta semana, porém, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) alertou para o risco de apagões a partir de outubro, caso a produção energética adicional não aumente, pelo menos, em 7,5%. O órgão recomendou ao governo que aumente o uso das termelétricas e considere importar energia de países vizinhos, já que, com a seca que afeta o país, a oferta das hidrelétricas será insuficiente.
Atualmente, os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por 70% da geração de energia do país, operam com 22,5% da capacidade de armazenamento. O número está abaixo do registrado na crise energética de 2001, quando as represas encerraram agosto com 23,4% de volume de água.
Até agora, a solução encontrada pelo governo foi acionar as usinas termelétricas — o que acaba jogando a conta para o bolso do consumidor. Apesar do alerta do ONS, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, voltou A descartar a possibilidade de racionamento, embora tenha admitido a necessidade de economizar energia.
Apesar das medidas, o consumidor não deverá ver uma conta de energia mais branda até o fim do ano. Segundo o ONS, os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste deverão chegar a 10% da capacidade, em novembro, quando começa o período chuvoso. Até lá, a tarifa extra mais cara deverá continuar sendo aplicada. Cálculos internos do governo apontam para a necessidade de a bandeira vermelha nível 2, hoje em R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh), ser elevada para algo entre R$ 15 e R$ 20. Há ainda um cenário limite de até R$ 25, mas é improvável que seja adotado.