Estelionato sentimental: como se prevenir e não cair no golpe

2015-04-10_190211

Brasil é o segundo país que mais utiliza aplicativos de namoro, atrás apenas dos Estados Unidos

Você sabe o que é estelionato sentimental? Pesquisa do instituto Pew Research Center revelou que o Brasil é o segundo país que mais utiliza aplicativos de namoro, atrás apenas dos Estados Unidos. Outro dado revelado é que por aqui, a procura por apps de namoro cresceu 215% durante a pandemia. No entanto, por detrás da praticidade de conhecer alguém compatível com seus gostos e interesses, está o risco de se envolver com um estelionatário e ter prejuízos que vão muito além de um coração partido.

Daniella Velloso Pereira, advogada especializada em direito das famílias, explica que o estelionato sentimental “simula um falso envolvimento amoroso, ou seja, a vítima acredita que está envolvida emocionalmente com o estelionatário, ao passo que esse busca apenas fins escusos, normalmente de ordem financeira ou patrimonial.”

Ela alerta que o estelionatário se aproxima da vítima ofertando à mesma tudo aquilo que lhe é mais caro: ou seja, se a vítima anseia por um companheiro, ele se mostra superpresente e atencioso. Se a vítima quer constituir família, ele demonstra as principais qualidades para corresponder a esse anseio, confiabilidade, emotividade, presteza, jeito com crianças, etc.

Com a promessa de um relacionamento sólido e duradouro, o golpista induz a vítima a entregar por meio de empréstimos, por exemplo, bens materiais e quantias em dinheiro. A pandemia fez com que estes casos aumentassem consideravelmente e, mesmo após o período de isolamento, ainda são muitos os golpes aplicados. Um dos casos mais recentes é o do mineiro Rafael Correa de Paula, que ostentava nas redes sociais um perfil cercado de luxos, e é suspeito de tirar vantagem dos parceiros que conhecia em um aplicativo de relacionamento.

Situação fantasiosa não se sustenta

Conforme a advogada, as mulheres, que são as principais vítimas, têm de ficar atentas a histórias “em que o estelionatário se coloca como vítima do destino, com pedidos urgentes e situações surreais. Ou seja, o estelionatário está sempre envolvido em uma situação absurda (sequestro, vítima de ex-esposas “inescrupulosas”, histórias que parecem verossímeis num primeiro momento, mas que não se sustentam nem mesmo a curto prazo. Portanto, se a vítima perquirir um pouco mais descobrirá que tal situação fantasiosa não se sustenta, é eivada de contradições e “buracos””.

Daniella Velloso Pereira avisa que, “se você acha que algo é bom demais para ser verdade, confie na sua intuição. Busque informações. Cuidado com redes sociais que aceitam qualquer perfil. Procure conhecer familiares e amigos íntimos.”

Mas como se prevenir diante de emoções e sentimentos, muitas vezes, incontroláveis? A orientação da advogada é procurar aquela amiga ou amigo ou parente sincero, que pode visualizar, com antecedências, sinais de preocupação.