40% dos casos de Alzheimer podem ser prevenidos com mudanças no estilo de vida

2015-04-10_190211

 

Neurocientista da UFRJ, discute os avanços no combate à doença que afeta 1,8 milhão de brasileiros.

Progresso no combate ao Alzheimer

Após anos de desafios e insucessos, a medicina finalmente começa a registrar avanços significativos na luta contra a doença de Alzheimer. O medicamento Leqembi, recentemente aprovado nos Estados Unidos, é um exemplo notável, mas não o único.

Conferência Internacional de Alzheimer

A partir do próximo domingo, em Amsterdã, a Conferência da Associação Internacional de Alzheimer (AAIC) apresentará várias outras inovações. Este é o maior e mais importante congresso sobre a doença de Alzheimer, com mais de 5.500 trabalhos inscritos e mais de 8.500 participantes.

Alzheimer no Brasil

Atualmente, o Brasil conta com 1,8 milhões de pacientes com Alzheimer. Contudo, o rápido envelhecimento da população brasileira pode levar este número a alcançar entre 4 a 5 milhões de pessoas afetadas pela doença em poucos anos.

A escala global da doença

Em escala global, existem cerca de 50 milhões de casos, número que deve triplicar até 2050. O aumento de casos será principalmente sentido na América Latina, com o Brasil sendo um dos países mais impactados.

Prevenção do Alzheimer

Estima-se que apenas 2% dos casos de Alzheimer têm causa hereditária. Nos demais, embora fatores genéticos desempenhem um papel, eles não são determinantes. Sergio Ferreira, neurocientista e professor titular da UFRJ, enfatiza que 40% dos casos de Alzheimer não hereditários poderiam ser prevenidos com mudanças no estilo de vida e controle de condições médicas como obesidade, diabetes e depressão.

Importância da intervenção social

Ferreira também salienta o papel crucial da intervenção social na prevenção do Alzheimer. Ele explica que muitas pessoas não têm acesso a condições adequadas para um estilo de vida saudável devido à falta de segurança, horários de trabalho prolongados, custos elevados de alimentação saudável, entre outros fatores.

Novos medicamentos no horizonte

Apesar da prevenção ser uma estratégia importante, novos medicamentos também estão sendo desenvolvidos para ajudar a controlar o Alzheimer. O Leqembi, por exemplo, não cura a doença, mas os estudos sugerem que ele pode reduzir o declínio cognitivo de forma inédita.

Futuro da pesquisa em Alzheimer

Apesar dos avanços, a luta contra o Alzheimer está longe de terminar. Ferreira e seu grupo de pesquisa estão investigando novas formas de tratar a doença, incluindo métodos que permitiriam aos neurônios produzir seu próprio remédio. Além disso, acredita-se que o Alzheimer será eventualmente controlado com uma combinação de drogas, devido à complexidade da doença.

O impacto da ciência brasileira

O papel de Ferreira como coordenador científico da AAIC destaca o crescimento e a força da ciência brasileira, apesar de todas as dificuldades. Além disso, a participação remota permite que estudantes e jovens pesquisadores de países em desenvolvimento participem do congresso gratuitamente.

Um futuro otimista

Ferreira afirma que voltou a ser otimista sobre o futuro do combate ao Alzheimer. Embora existam desafios significativos a superar, ele acredita que estamos entrando em uma nova era de progresso na luta contra a doença.