Um em cada três brasileiros já foi vítima de algum tipo de fraude envolvendo o cartão de crédito. O crime é o mais comum não apenas em nosso país, mas também em todo o mundo, gerando também uma preocupação global com a segurança das transações realizadas. Da mesma forma que o incide de golpes, por aqui, é um dos maiores do planeta, os consumidores daqui também são os mais preocupados, com 85% temendo serem vítimas.Os dados são de um relatório global da IBM sobre fraudes financeiras, que pintou o cenário desse tipo de crime em um mundo que adota cada vez mais as transações digitais e as compras com cartão de crédito. Depois do Brasil no ranking global entre os mais atingidos por golpes com cartão de crédito estão Singapura e EUA, onde 18% dos cidadãos, respectivamente, já sofreram com isso. China e Japão completam a lista dos maiores, com 15% e 9%, respectivamente.
A desvalorização da moeda, entretanto, não nos coloca entre os que mais perderam dinheiro para os golpistas. Segundo o levantamento, nos últimos 12 meses, os brasileiros perderam, em média, R$ 2.978 em fraudes, um total equivalente a US$ 581. O nosso país aparece em terceiro lugar em uma lista liderada pela Alemanha, com mais de US$ 3.917 perdidos na média, seguida de Singapura (US$ 1.216).
“As fraudes estão cada vez mais sofisticadas, principalmente as que envolvem engenharia social, o que motiva uma série de ações dos bancos para lidar com isso”, afirma Roberto Engler, líder de segurança da IBM Brasil. Na visão dele, ainda há um abismo entre o nível de conscientização da população e os esforços das instituições para manter a segurança, mas os investimentos que vem sendo feitos ao longo dos últimos anos ajudam a preencher esta lacuna.
“Os trabalhos são muito próximos [das autoridades] para que esses golpes possam ser investigados e punidos, além de ações de conscientização através da Febraban (Federação Brasileira de Bancos”, completa. “Em outra frente, [as instituições] investem em tecnologias cada vez mais avançadas, com inteligência artificial e biometria, para entender o comportamento dos clientes e avaliar a veracidade das transações.”
Engler cita, entretanto, o obstáculo da falta de mão de obra qualificada como um desafio para as instituições financeiras, com a estimativa de que de 300 mil a 400 mil vagas neste segmento não são preenchidas no Brasil. “É ao mesmo tempo um problema que precisa ser endereçado e, também, uma oportunidade para nosso país”, afirma.