Você sabia que olhar nos olhos dos pais ajuda o filho a falar mais rápido?

2015-04-10_190211

Estudo britânico analisou a interação dos pequenos com seus cuidadores e constatou os benefícios do contato visual

Olhar nos olhos do bebê já é gostoso por si só. Mas você sabia que, além do carinho, um estudo recente conduzido por pesquisadores britânicos comprovou que esta interação direta com seus cuidadores ajuda os pequenos a falarem mais rápido?
A pesquisa, levada a cabo pelas Universidades de Sheffield e Warwick, analisou as vocalizações, gestos e olhares de bebês entre 11 e 12 meses e como seus pais ou cuidadores respondiam a esses comportamentos. Os resultados foram impressionantes.
O estudo aconteceu em etapas. Primeiro, os participantes tiveram as suas rotinas filmadas, para que os momentos de interação com o filho fossem registrados. “Nós pegamos as gravações e levamos para a universidade, analisando meticulosamente o que estava acontecendo. Nós prestamos atenção em toda vez que a criança vocalizava ou gesticulava e codificamos as respostas dos pais a esse estímulo”, explicou a professora Michelle McGillion.
Depois, os adultos preencheram um questionário com o repertório atual de palavras da criança: o que ela sabia falar até então com relação a nomes próprios, animais e outros vocábulos. Com os dados agrupados, os cientistas usaram modelos estatísticos para comprovar que os bebês de 24 meses com melhor vocabulário eram aqueles que interagiam olhando para os seus pais quando tinham a idade de um ano. Essas crianças conseguiam falar 30 palavras a mais do que as outras!
“O que isso nos diz é que os bebês estão tentando se comunicar antes mesmo de conseguirem falar as primeiras palavras. Quando fazem isso, eles estão dando aos seus cuidadores a chance de se comunicarem também, e quando os cuidadores respondem, o processo de aprendizagem de palavras melhora”, disse o líder do estudo Ed Connellan, em entrevista ao The Guardian.
A descoberta deve encorajar os pais a prestarem mais atenção às interações com os bebês, antes do desenvolvimento da linguagem propriamente dita. Afinal, como acrescenta Conellan, “a alegria desse achado é que ele pode ser aplicado em qualquer contexto. Não é algo que você precisa de equipamentos especiais ou muito tempo livre.
As interações podem ocorrer enquanto você lava a roupa, por exemplo. No parque, no carro, durante as refeições, na hora banho… Pode acontecer em qualquer momento”.