Vale a pena cortar o glúten da alimentação?

2015-04-10_190211

Estudo publicado recentemente alerta para os riscos de cortar o glúten da alimentação: adeptos desse tipo de dieta estariam mais expostos à ação de metais pesados por causa do substituto utilizado: a farinha de arroz

Pesquisadores da Universidade de Illinois, em Chicago, realizaram um estudo (publicado na revista científica americana “Epidemiology”) que chama a atenção para os riscos de cortar o glúten da alimentação. Usando uma base de dados de mais de sete mil americanos, eles concluíram que a concentração de arsênico na urina de quem não comia glúten era duas vezes maior, e os níveis de mercúrio inorgânico no sangue também eram bem mais altos.
Segundo esse estudo, o problema estaria num dos substitutos mais usados: a farinha de arroz – uma vez que o cereal absorve metais da água e do solo.
Para uma das autoras da pesquisa, a doutora Maria Argos, a retirada do glúten da dieta leva as pessoas a aumentarem o consumo diário de arroz (tanto o grão como produtos que contém a farinha) e ainda não se sabe ao certo os efeitos da exposição maior ao mercúrio e ao arsênico.
Mas uma das hipóteses leva a crer que eles poderiam aumentar os riscos de câncer e doenças crônicas.

Entenda:

O glúten é uma proteína encontrada no trigo, na cevada e no centeio. Todos os produtos elaborados com a farinha desses grãos, como pães, biscoitos e massas, contém glúten.

Nos últimos anos, surgiu uma cruzada contra o glúten, principalmente nos Estados Unidos: cerca de 25% dos americanos afirmam consumir produtos sem glúten e esses dados apontam um aumento expressivo dessa prática: quase 70% em dois anos.

​Algumas pessoas (como doentes celíacos) apresentam intolerância ao glúten, não conseguindo digerir bem essa proteína. Por esse motivo, ao consumir alimentos que a contém, apresentam sintomas como diarreia, dor e inchaço abdominal.