Trabalho voluntário otimiza tratamentos em hospital

2015-04-10_190211
A ação visa também a interação com funcionários do hospital, que entendendo o objetivo do trabalho, apoiam a causa.

Vestidos de personagens de filmes e histórias infantis, profissionais da instituição distribuem doces e realizam visitas surpresas aos pacientes

Um trabalho voluntário, que resistiu a preconceitos e a desconfiança de um hospital. Desde 2006, quando o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Humanização dos Serviços de Saúde (PNHSS), o Hospital Tacchini mantem em atividade o Grupo de Humanização. Funcionários do hospital e voluntários da comunidade vestem fantasias fora do horário de trabalho, e de forma voluntária (sem receber ajuda financeira) visitam pacientes de todos os setores da instituição. Na manhã do último sábado, 11, dez voluntários dedicaram quatro horas do dia para visitar acamados, levando doces e mensagens especiais sobre o Dia Internacional da Mulher.
A ação teve início por volta das 9h30, e logo nas primeiras visitações foi possível constatar o empenho dos voluntários e a gratidão dos pacientes ao receberem as visitas. A psicóloga Elisabete Tognon, participa há dois anos grupo de Humanização. Vestida da personagem de conto de fadas, Chapéuzinho Vermelho, ela acredita no trabalho e dedicação da equipe de voluntários em prol dos pacientes.
“Utilizamos personagens de conto de fadas, vestindo a ideia de contadores de histórias, de um mensageiro de palavras de reflexão e conforto, ou até mesmo um ator interpretando alguma história temática que interage com pacientes, familiares e equipes de saúde. Tudo isso faz parte desse trabalho com os pacientes”. conta.
A ação visa também a interação com funcionários do hospital, que entendendo o objetivo do trabalho, apoiam a causa. “Este trabalho voluntário também tem por objetivo trabalhar a humanização nas equipes de trabalho. Os colaboradores do hospital vêem nosso trabalho com respeito e nos apoiam, as equipes de enfermagem e médica sorriem e se divertem com nossa presença, sendo que muitas vezes participam junto da brincadeira percebendo o quanto a alegria beneficia seus pacientes, na verdade, o quanto isso os beneficia também”, comemora.
As palavras de Elisabete ilustram o cenário em cada quarto do hospital. Pacientes com câncer, outros tratando um quadro clínico de depressão, ou até mesmo cuidando de bebês recém nascidos, sorriam com a presença de cada personagem. “Através de nossa presença e nossas atitudes, mostramos como pequenos gestos e o real desejo de fazer o bem e cuidar de alguém, podem transformar o ambiente e as pessoas envolvidas”, diz.
A assistente administrativa do hospital Silvana Borsato, não esconde a alegria e satisfação ao se vestir de palhaço. Silvana trabalha há dois anos como voluntária, e foi após um episódio envolvendo um ente familiar, que ela começou a se interessar pela ação.
“Minha irmã se tratou contra um câncer, e naquela época diziam que seria difícil ela vencer a doença. Eu estava ao lado dela e percebi o quão importante era ajudar alguém através das palavras, levando alegria. O resultado foi que ela venceu a doença e eu começei a fazer esse trabalho”, conta.
A fantasia, na opinião de Silvana, vai além de um simples gesto de solidariedade. “Quando estamos fantasiados conseguimos sair por minutos da realidade e focar no sentido da vida que é ter a missão de fazer o bem”, diz. O trabalho voltado aos pacientes, e sem ajuda financeira, é visualizado de forma positiva por Silvana.
“Somos voluntários, não buscamos atividade financeira e sim atividade de doação, quem presta esse serviço recebe amor e carinho. Meu sentimento quanto a esse trabalho é só quem participa sabe o quanto é emocionante, sensacional e gratificante”, diz.
O estudante de medicina, João Vítor Frozi é vinculado a Parceiros Voluntários e participa da ação há quase dois anos. É vestido de Batman que por minutos alegra a vida de cada paciente. Foi após passar por uma cirurugia e ficar duas semanas no hospital, que Frozi decidiu começar o trabalho voluntário.
“Acredito ser importante para os pacientes terem o sentimento de energias positivas, isso transmite uma sensação de gratificação. É um grupo grande, mas que consegue ser coeso. Realizamos em torno de três ações ao mês”, afirma.