“Safra não será a melhor, mas deve ser muito boa”, avalia produtor de pêssegos

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Anilson da Campo, produtor da Linha 28, em Pinto Bandeira estima colher 150 toneladas da fruta, 65 a menos que em 2017

O calor fora de época, marcado com poucas horas de frio no inverno, não afetou tanto a plantação de Anilson da Campo, na Linha 28, em Pinto Bandeira. Ele garante que, por sorte, conseguirá uma boa safra de pêssego e de uva em 2018. “Em termos, até que nasceu bem. Não será ‘aquela’ super safra, mas podemos dizer que será boa”, comenta o agricultor. “Outro dia os pêssegos estavam meio ‘murchos’, mas agora choveu e está tudo tranquilo”, acrescenta.
Na avaliação do produtor, as frutas de caroço se saíram melhor que as uvas. “O calor e a falta de chuva prejudicaram a brotação da uva, mas não as do pêssego e outras frutas de caroço”, explica.
Além de cuidar das videiras e das pessegueiros na propriedade da família, em Pinto Bandeira, Da Campo ainda tem produção de cáqui. “O caqui tá bem bonito e carregado”, comemora. O produtor, com a ajuda do irmão, cuida de mais de dez hectares de terra, sendo que de pêssego (o carro-chefe) são 8, mais 4,5 hectares de uva e 1 de caqui.
“Aparentemente a nossa safra vai ser muito boa. Estimamos 150 toneladas de pêssego”. No ano passado, os Da Campo colheram 205t, mas ele não atribui esta queda totalmente por causa da temperatura inadequada no inverno (somente nas precoces). “Acontece que renovamos 3 hectares, por isso vai ser menor”, ressalta. As variedades da fruta são Rubimel, Nectarina, Chimarrita, PS, Barbosa e Eragil. Já de uva, em 2016 foram colhidas 135 toneladas, e em 2018 o número deve chegar a 80 toneladas. As variedades são a Magna, Cora, Isabel, Merlot e Carmen.

Vida no campo
Da Campo tem 32 anos e ama viver no campo. Ele divide os cuidados do plantio com o irmão, porque o pai, de 70, por problemas de saúde precisou se afastar. “Nunca fui para a cidade morar, gosto de trabalhar na roça mesmo”, conta. “A vida do agricultor é sofrida. Mas compensa, a gente gosta do que faz e o que se ganha na roça, não se ganha na cidade. Não tem folga, é suado, não tem sábado, domingo ou feriado”. Para os futuros filhos, o produtor pontua que quer incentivá-los a ficar na roça, “assim como o meu pai fez com a gente”, finaliza.

Cultivar deve ser escolhido de acordo com o clima

A escolha da cultivar é um ponto importante na hora de se implantar um pomar de pêssego. Qualquer que seja a cultivar escolhida, o custo de implantação do pomar será o mesmo, a diferença entre eles, entretanto, é o retorno econômico.
As cultivares de pêssego são classificadas em função de cinco parâmetros, que são: a cor da polpa dos frutos, as exigências em frio para haver a quebra da dormência, a época em que ocorrerá a maturação dos frutos, o tamanho médio dos frutos, e a qualidade da polpa dos frutos.
Quanto às exigências por frio necessárias para completar a dormência, os pessegueiros são classificados como: cultivares de baixa, média e de alta exigência.
Baixa – Necessitam de até 200 h de frio por ano. Existem cultivares de pêssego que requerem 100 h, ou menos, de frio para ter a dormência completada
Média – Necessitam de 200 a 400 h de frio por ano
Alta – Necessitam de mais de 400 h de frio por ano.
Uma boa estratégia de produção é cultivar variedades de pelo menos três classificações diferentes, quanto à maturação dos frutos. Por exemplo, uma precoce, uma mediana e outra tardia. Assim, o produtor não terá sua produção concentrada em apenas um mês, o que lhe permitirá obter melhores preços, pelo menos em uma parte da colheita.
E, também, caso ocorram condições climáticas indesejáveis (geadas ou granizos), os riscos de perda total da produção serão menores. A Classificação dos pessegueiros, quanto à maturação dos frutos, é a seguinte: muito precoce, precoce, precoce-mediana, medianas e tardias.
Muito precoce – Em setembro
Precoce – Maturação em outubro
Precoce-mediana – Maturação no final de outubro e se estende até meados de novembro
Medianas – Maturação no final de novembro e início de dezembro
Tardias – Maturação nos meses de janeiro e fevereiro.

Como Plantar um Pessegueiro

Os pessegueiros são árvores frutíferas de crescimento rápido que produzem entre 3 a 4 anos, quando cultivadas a partir de uma muda. No entanto, muita gente prefere comprar árvores jovens de viveiros ou fazendas ao invés de tentar cultivar uma muda pequena e frágil até que ela vire uma árvore viável.
Os pessegueiros vindos dos viveiros ou fazendas geralmente produzem frutas entre 1 a 2 anos. Ao aprenderem a plantar um pessegueiro, os produtores devem entender que essa árvore delicada exigirá condições específicas e estará propensa a doenças e infestações de insetos. Quando esses fatores são levados em consideração e um pessegueiro é plantado corretamente de maneira que fique protegido contra isso, ele produzirá frutos saborosos a cada estação de crescimento.

Poda de árvore é essencial para garantir boa colheita

O formato ideal da poda é com o centro aberto. Após o primeiro ano e no verão, é recomendável cortar os rebentos que estiverem se formando no topo da árvore com dois ou três botões. Depois de anos de ter feito isso, mais uma vez no verão, faça a poda de todos os brotos que estiverem crescendo abaixo desses ramos principais. A partir de então, remova todos os brotos no centro da árvore, para ajudá-la a manter o formato. A cada estação, serão entre 10 cm a 18 cm de crescimento novo.

Pêssego é fonte de vitamina C

A origem da fruta é chinesa e é uma fruta rica em vitamina C e pró-vitamina A. A casca do pêssego é fina, aveludada e de cor alaranjada. Sua carne é amarelada e muito usada para fazer doces, bolos, geleias, compotas e sucos.
O pêssego não é uma fruta muito calórica e cada unidade da fruta possui, em média, 50 calorias. Possui boa quantidade de fibras e é extremamente suculenta, apresentando 90% de seu peso composto por água. Além das vitaminas C e A, o pêssego apresenta, também, vitaminas do Complexo B (B1, B2, B3,B5, B6, B9 e B12), além das vitaminas K e E.