Rui Spohr

2015-04-10_190211

No dia 30 de abril a moda gaúcha perdeu um de seus mais brilhantes estilistas Rui Spohr.
Rui Spohr foi chamado de “O mais emblemático estilista do Sul. Difícil haver em Porto Alegre alguém verdadeiramente interessado em moda que desconheça a trajetória de seu maior estilista”. Zero Hora
Seu trabalho é estudado academicamente como uma referência, para estilistas, estudantes ou simplesmente apreciadores de moda. Em sua trajetória Rui foi professor, escritor, estilista e pintor.
Flavio Spohr (posteriormente Rui) foi criado dentro de padrões germânicos. Natural de Novo Hamburgo – RS, Rui nasceu fadado a ser padre ou militar de acordo com os costumes da época, mas naturalmente esse não seria o caminho de um profissional com uma mente criativa e inconformada como a dele.
Rui iniciou sua carreira aos 14 anos trabalhando na fábrica de calçados do pai, um ano depois mudou-se para a capital Porto Alegre onde iniciou o curso de Belas Artes na UFRGS, nesse mesmo ano promoveu seu primeiro desfile de moda, que ganhou destaque na Revista Globo.
Em 1952 se mudou para Paris e foi considerado o primeiro brasileiro a se profissionalizar em moda na França.
Em 1953, estagia para o chapeleiro parisiense Jean Barthet, já no Brasil abre seu primeiro ateliê especializado em chapéus, casa-se com Dóris Uhr Spohr, a qual trabalhou junto até seus últimos dias.
Em 1970 inaugurou sua Maison na Rua Miguel Tostes em Porto Alegre – RS.
Realizou seu primeiro desfile de alta-costura, em 1967. Criou vestidos para personalidades como a brasileira Ieda Maria Vargas, Miss Universo 1963, a primeira dama Scila Médici 1971, o vestido de noiva para a modelo Deise Nunes, Miss Brasil 1986.
A produtora de moda e publicidade Beauté Killers a qual faço assessoria de moda e comunicação recebeu o ano passado a proposta de fazer um editorial de Haute Couture para uma revista internacional, este ainda não publicado! O nosso stylist Allan Correa foi até o atelier do Rui na ocasião para selecionar algumas peças do acervo.

“As idas ao atelier dele eram aulas, de moda, de história, cada peça tinha um motivo um significado e o Rui sempre sabia me explicar, me mostrou um vestido longo todo em paetês preto branco e vermelho que a top model Shirley Mallmann havia usado em um desfile seu, apontando como uma das peças preferidas de seu acervo.” Allan Correa