Reforço de efetivo agilizou nos casos criminais desta semana, diz delegada

2015-04-10_190211
Maria Isabel Zerman destaca a importância do efetivo da Força Gaúcha no combate à criminalidade em Bento e destaca a importância do auxílio dos agentes aos policiais do município no combate à criminalidade

Maria Isabel Zerman destaca a importância do efetivo da Força no combate à criminalidade, 0posto à prova nas duas ocorrências de assassinatos do final de semana

 

A Força Gaúcha de Pronta Resposta (FGPR) está atuando há menos de uma semana em Bento Gonçalves, mas já está trabalhando forte e de forma eficiente no combate à criminalidade. De acordo com a delegada titular do 1º Departamento de Polícia de Bento Gonçalves, Maria Isabel Zerman, os agentes enviados ao município têm ajudado na agilidade para resolver os casos. Ela cita como exemplo o assassinato que aconteceu na tarde de sábado na Linha Zemith, interior do município, onde um homem foi morto com 25 tiros. A morte de sábado foi a 44ª registrada em 2018, que já é considerado o ano mais violento da história de Bento.
“Com esse reforço conseguimos depois do crime fazer um contato mais rápido com testemunhas, fazer as diligências mais rápido depois do fato. Por ser mais policiais atuando no município conseguimos fazer um levantamento de causas maiores, dar uma boa adiantada nos casos”, afirma.
Ainda segundo a delegada os agentes da Força Gaúcha devem permanecer até 14 de novembro trabalhando nas ruas da cidade.
Além do assassinato ocorrido no sábado, na sexta-feira,19, um jovem de 17 anos foi executado no Eucaliptos. Foi justamente a onda crescente de homicídios, muito deles com ligação ao tráfico de drogas, que fez com que o Secretário de Segurança Pública do Estado, Cezar Schirmer, enviasse policiais para dar cobertura no combate ao crime em Bento Gonçalves.
Schirmer também anunciou a transferência temporária para o município de seis policiais civis oriundos da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Porto Alegre, somando-se aos quatro enviados anteriormente com o objetivo de auxiliar nas investigações dos assassinatos. A Brigada Militar já havia reforçado o policiamento ostensivo na região, tendo uma parte do efetivo do 1º Batalhão de Operações Especiais (1ºBOE) de Porto Alegre se deslocado no dia 15 de setembro.

O que é a FGPR
No dia 1º de setembro a Força Gaúcha de Pronta Resposta (FGPR) começou a atuar no Rio Grande do Sul. Criada em junho deste ano pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), a FGPR tem o objetivo de dar apoio à Brigada Militar e à Polícia Civil em situações que demandem rápida resposta por parte das forças de segurança.
A tropa é formada por militares estaduais e por servidores da ativa das carreiras da segurança pública ou por inativos e aposentados designados.
Os agentes irão apoiar investigações, ações de inteligência, atividades periciais, ocorrências de Defesa Civil, busca e salvamento e reforço ou apoio ao policiamento ostensivo (urbano e rural).
Também estão entre as atividades o cumprimento a mandados judiciais de busca e apreensão e de prisão, operações em casas prisionais em razão de motins, auxílio no registro de ocorrências policiais, apoio à segurança em grandes eventos e ações junto ao Ministério Público.

Reportagem de agosto
Em agosto a Gazeta fez uma reportagem especial dos assassinatos que aconteceram no ano, comparando com 2017. Na ocasião Maria Isabel confirmou que a maior parte dos homicídios tem ligação com acerto de contas entre facções criminosas.
“Pela análise dos antecedentes policiais das vítimas e diligências realizadas, percebemos que a grande maioria dos homicídios está relacionada ao acerto de contas, no tráfico de drogas”, afirmou. Ainda segundo a delegada “Em que pese as constantes investidas da Polícia Civil neste crime, a proximidade com outros grandes centros de criminalidade (Caxias do Sul e região metropolitana) e o grande mercado de usuários que há em Bento Gonçalves auxiliam que criminosos de facções se instalem em nosso Município e que os atritos com traficantes locais se agucem e resultem na taxa de homicídio que temos atualmente. Ainda, é difícil a elucidação destes delitos, já que dificilmente encontramos testemunhas”.
A criminalidade cresceu assustadoramente nos últimos cinco anos em Bento Gonçalves. A observação de Maria Isabel vai ao encontro da realidade do município, que ano após ano tem registros ainda maiores de assassinatos na cidade, e a maioria das vítimas com envolvimento no tráfico de drogas.
Em 2013 foram 17 pessoas mortas e os números foram aumentando anualmente. Em 2014 foi contabilizado 20 homicídios, em 2015, o número aumentou para 25, em 2016 foram 26 assassinatos, em 2017 a soma chegou a 32, sendo que nos oito primeiros meses do ano passado eram 15 mortes, já nos oito primeiros meses deste ano a cidade já tinha 30 mortes.