Quando quinhentas pessoas em situação de miséria serão prioridade?

2015-04-10_190211

A recente divulgação do relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que a crise econômica levou 4,1 milhões de brasileiros à pobreza e 1,4 milhão à extrema pobreza de 2014 para 2015. Estes índices que vinham caindo desde 2011, quando apresentava pouco mais que 12%, baixou para 8,10%, em 2014, mas cresceu para 9,96% em 2015. Neste mesmo último período a soma das riquezas do Brasil ( PIB) caiu 3,8%, sendo considerado o pior desempenho da economia em 25 anos, fazendo crescer a faixa da pobreza extrema de 3,01% para 3,63% no período.
Estes pouco mais de 3% pode parecer baixo, mas são famílias inteiras que têm que sobreviver com menos de 1/4 do salário mínimo. Entram no risco de vulnerabilidade à pobreza pessoas que sobrevivem com renda inferior a metade do salário mínimo.
Estes números, mesmo assim ruins, estão defasados, pois o levantamento encerrou no ano de 2015 e, de lá para cá a economia do país está cada vez mais enfraquecida. Hoje, certamente a situação está bem pior, mesmo para uma cidade considerada pujante como Bento Gonçalves.
Esta invasão de área no bairro Vila Nova é o reflexo do desespero e da insensibilidade do poder público para bons desvalidos. Depois do Secretário Municipal de Habitação ser acusado publicamente de ausente, na melhor das hipóteses, durante audiência na Câmara de Vereadores por moradores do bairro Vila Nova, o próprio Secretário Pilotti, em entrevista gravada pela Gazeta, declarou que não foi conhecer a situação in loco, – enviou funcionária, pois em sua avaliação assentamento de mais de 100 famílias não era assunto prioritário- mas já havia entrado com um pedido judicial de reintegração da área invadida.
Na sessão da Câmara que se propunha levantar problemas das entidades assistenciais, os representantes das famílias invasoras foram à procura de apoio do legislativo e executivo da cidade. Sem conseguir arcar com os custos do aluguel e manter as famílias com a mínimas condições de sobrevivência, os assentados aguardam a visita do prefeito Pasin, do Secretário de Habitação, da promotoria, para que juntos possam desenhar uma solução para estas mais de 500 pessoas que estão pedindo ajuda.