Professores auxiliam na hora de escolher a profissão certa

2015-04-10_190211
Leituras e informações sobre as novas profissões estão entre as dicas dos docentes

Decisão deve ser refletida com base no autoconhecimento e com a busca de informações sobre as profissões

A escolha da profissão é o momento crucial na vida dos estudantes. Alguns critérios devem ser levados em consideração no momento da escolha da carreira a ser seguida. Com base em diferentes aspectos, professores dão dicas e comentam sobre o que pode influenciar na vida do estudante.
Para o professor e diretor do Unificado Bento, Vagner Cruz, a diversidade de opções deixa os alunos em dúvida no momento da decisão de seguir uma profissão. “Cada vez mais percebemos a insegurança do aluno no momento decisivo da escolha profissional. É uma geração diferente, que tem um universo grande de opções, e isso pode confundi-los”, diz.
Cruz acrescenta ainda que a leitura é o fator determinante para a escolha do curso que melhor se encaixa com cada um. “Primeiramente é preciso tentar perceber a aptidão para cada área, e sair em busca, lendo bastante sobre as novas profissões e tendências do mercado”, diz.
A professora da UCS, Fabiana Kaodoinski, diz que a escolha da profissão trata-se de uma decisão complexa para o adolescente que está terminando o ensino médio, pois, conforme el diz, representa a possibilidade de direcionar a carreira em uma fase bastante conturbada, com medos e dúvidas.
“Para uma decisão mais acertada, o ideal é que esse jovem pesquise sobre as profissões que o atraem, verificando condições do mercado de trabalho, salários, riscos, oferta de emprego, atividades realizadas. Indico entrevistar diferentes pessoas que atuam no ramo para verificar perspectivas e desafios.”, comenta.
Fabiana ressalta ainda a importância de um curso de graduação. “É importante o estudante que está escolhendo uma profissão atualizar-se, cursar uma graduação. Nesse caso, é importante conhecer as universidades, agendar uma visita e fazer perguntas específicas sobre o curso, buscando entender quais as oportunidades que são oferecidas. Se estiver em dúvida quanto à atividade, indico um teste vocacional, porque hoje é muito importante estar satisfeito no trabalho, aliando habilidades e gostos”, afirma.
A professora do IFRS, Karine Pértile, ressalta que os pais são fundamentais na orientação para os adolescentes. Para ela, o mais importante é não escolher algo só por status social ou pressão dos familiares. “
É importante estar confortável com a escolha. Serão anos de estudo e muitos outros de trabalho. Outra dica é estar atento ao mercado de trabalho. Escolher uma área saturada pode frustra”, acrescenta.

O momento da escolha
“Quando era pequena tinha mil sonhos e queria ser médica”, conta Juliane Pagamice, que hoje estuda Letras. A mudança drástica na escolha aconteceu depois que a estudante começou a passar as tardes na escola ajudando os professores. “Foi assim que descobri que queria ser professora. Eu não ganhava nada lá, ajudava porque gostava”, revela.
A mudança de Juliane mostra um dos processos de escolha de carreira: a vivência que você tem da profissão. De acordo com a psicóloga Camila Alves Fior, do Programa de Orientação Profissional da PUC-Minas, a “escolha da profissão é feita por um contato positivo que se tem da carreira, não por um caráter impositivo”. E foi exatamente por isso que Juliane escolheu ser professora: “Foi algo que descobri muito cedo, porque vivenciei aquilo, foi pela experiência”.
Enquanto alguns percebem que os sonhos de criança não fazem mais sentido e mudam totalmente o foco da escolha, outros entendem que uma pequena adaptação pode dar conta do recado. Como aconteceu com a estudante Rafaela Carvalho. Desde pequena ela gosta de contar histórias e queria ser escritora.
A vontade de se tornar autora de livros passou, mas ela percebeu que poderia dar voz às pessoas seguindo outra carreira, a de jornalista. “Desde os 10 anos as pessoas me dizem para fazer Jornalismo. A liberdade para manifestar uma ideia e fazer as pessoas falarem sempre me atraiu”, conta Rafaela.
Mas e quando você sempre quis seguir uma carreira e seus pais querem que você siga outra? Para ser jornalista, Rafaela teve que lidar com a pressão do pai. Ele, médico, queria que ela fizesse Medicina. O pai apenas desistiu de convencê-la no momento em que leu “Jornalismo” escrito na ficha de inscrição para o vestibular.

A influência dos pais
A influência exercida pelos pais na escolha da carreira pode ser percebida na predominância de carreiras tradicionais, tais como, medicina, direito, arquitetura e urbanismo, engenharia civil e administração são as mais escolhidas.
Bruna Tokunaga Dias, gerente de orientação de carreira da uma agência de recrutamento, destaca que a atual geração leva muito em conta a opinião dos amigos na hora de tomar decisões, mas que a posição dos pais mantêm peso muito grande nesse momento. Isso porque são eles que, em grande parte dos casos, vão pagar a mensalidade da faculdade. “Frequentemente nos deparamos com pessoas que já sabem o que querem, mas cujos pais não concordam com a decisão e, por isso, se negam a custear os estudos”, diz Bruna.
Além da opinião familiar, tradição e remuneração da profissão, os jovens são atraídos pelas carreiras que estão em alta. “Há algum tempo houve uma demanda alta por cursos de hotelaria e turismo, já que essas áreas estavam em evidência. Porém, quando aqueles alunos levados pela ‘moda’ estavam se formado, o mercado já esfriava”, conta Bruna. A especialista orienta os estudantes a conciliar aptidões e gostos no momento da decisão. “Influência familiar, modismo e mercado vão mudar. No fim das contas, será você sozinho trabalhando oito horas por dia na mesma área.”