Procon aponta variação de mais de 80% no preço de medicamentos em Bento

2015-04-10_190211
Uma pesquisa realizada pelo Procon em seis farmácias de Bento Gonçalves expõe a grande diferença de valores dos medicamentos em estabelecimentos da cidade. Um mesmo produto chega estar disponível por R$ 39,90 em uma farmácia e R$ 7,11 em outro estabelecimento

Maior diferença foi encontrada no remédio Losartana Potássica, disponível por R$ 39,90 em uma farmácia e R$ 7,11 em outra

 

Uma pesquisa realizada pelo Procon em seis farmácias de Bento Gonçalves expõe a grande diferença de valores dos medicamentos em estabelecimentos da cidade. Um mesmo produto chega a ter uma variação de mais de 80% no valor quando comparado com outro estabelecimento. A Losartana Potássica (indicado para o tratamento contra a hipertensão) é um dos que mais representaram variação de valores (e que ilustra os mais de 80% na variação de preço) escancarando uma diferença de mais de R$ 30 reais do mesmo medicamento em diferentes farmácias. Num estabelecimento consultado o medicamento é vendido por R$ 39,63, enquanto que em outros lugares pesquisados o valor varia entre R$ 7,11 e R$ 8,65. Outro medicamento com grande variação de preço é o Maleato de Enalapril, que apresenta uma diferença de mais de R$ 10 reais. Numa farmácia pesquisada pelo Procon o produto estava sendo comercializado por R$ 64,34, enquanto que em outro comércio era vendido por R$ 49,50.
Para a coordenadora do Procon, Karen Battaglia o segredo de uma compra sem sustos no valor está na pesquisa. “O consumidor deve sempre perguntar ao seu médico, se o medicamento de referência a ser utilizado pode ser trocado por outro genérico. Munido desta informação, o consumidor deve então pesquisar os preços nas diferentes redes, porque há uma grande variação destes, conforme os laboratórios fabricantes, principalmente entre os genéricos. Interessante ressaltar que em sua maioria as redes de farmácias oferecem bons descontos na compra de medicamentos, através de programas de fidelidade”, diz.
Ainda segundo a coordenadora, muitos medicamentos podem ser adquiridos gratuitamente.“Além disso, muitos dos medicamentos que foram pesquisados fazem parte do Programa Farmácia Popular, ou seja; são distribuídos mensalmente de forma gratuita mediante cadastro prévio, em farmácias participantes do programa”.
Outro item a ser observado é a data de validade impressa na embalagem dos remédios, pois o preço abaixo do esperado pode indicar que o prazo de validade da mercadoria está por vencer.

O reajuste do governo
No final de março o governo autorizou o reajuste de até 2,84% nos preços dos medicamentos. Os cálculos foram feitos pela Câmara Técnica de Regulação de Medicamentos (CMED), órgão vinculado à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).Por meio da entidade, o governo controla o reajuste de preços de medicamentos periodicamente — estabelecendo o aumento máximo que esses produtos podem atingir no mercado brasileiro.
O teto para o aumento é calculado com base no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) — o índice dá a medida da variação de preços ao consumidor final e é a referência para a inflação no país.
Ainda, a regulamentação da CMED se dá sobre medicamentos alopáticos (advindos da medicina tradicional) e não abrange outros produtos — como os homeopáticos e fitoterápicos.
Segundo informou o Ministério da Saúde, o reajuste médio dos cerca de 13 mil medicamentos comercializados no país será de 2,38%. Em nota, o ministério destacou que o reajuste médio “é menor que o da inflação registrada entre março de 2017 e fevereiro deste ano, que foi 2,84%, e também do registrado no ano passado, quando o índice ficou em 2,63%”.
O primeiro grupo, onde ficam produtos de maior concorrência, como o Losec e o Rivotril, os preços poderão ser aumentados até 2,84%. Já o segundo grupo, onde estão localizados os antibióticos, o Viagra, o Tylex e o Yasmin, e que apresentam concorrência moderada, terão crescimento de até 2,47%. Já o terceiro conta com produtos de maior custo, como medicamentos para AVC Isquêmico, como o Actilyse, medicamentos indicados para câncer de próstata, como o Casodex, e medicamentos Antitrombóticos, como o Clexane baixa concorrência e alta tecnologia, terá o menor percentual de variação de preços, de 2,09%.

 

Coordenadora do Procon Karen Battaglia orienta os consumidores a pesquisarem antes de comprar uma determinada marca de remédio