Preço da gasolina tem queda média de 10 centavos em Bento

2015-04-10_190211
A redução no valor chega a ser de 10 centavos na cidade

O preço do combustível tem baixado nos últimos meses, mas o consumidor não sentiu a diferença no bolso. No período de 25 de setembro a 7 de novembro, o preço da gasolina nas refinarias Petrobras chegou a cair 23,8%, mas a queda não foi sentida pelos consumidores. Em Bento Gonçalves não é diferente, já que os preços tiverem pouca variação de setembro a novembro. Mesmo com a pouca diferença, a redução na bomba chega a ser de 10 centavos na cidade.
O combustível vendido no início deste mês é comercializado praticamente pelo mesmo valor de setembro. Naquele mês a Gazeta noticiava que a gasolina estava com preços elevados e chegando próximo dos R$ 5,00. Num posto do bairro Progresso, no entanto, o valor teve leve queda. Nas últimas semanas a queda de valor foi de até 10 centavos. Hoje, o posto comercializa a gasolina comum por R$ 4,89 e a aditivada por R$ 4,91, sendo que há algumas semanas a gasolina comum era vendida por R$ 4,91 e a aditivada por R$ 5,02, segundo informações do gerente.
O gerente de vendas, Samuel Ferreira, diz que com a variação do preço da gasolina uma das alternativas é substituir o carro pelo ônibus. “Eu certamente vou começar a utilizar mais o transporte público ou até mesmo a bicicleta em algumas ocasiões. Em alguns dias da semana devo ir trabalhar de ônibus. É um absurdo termos que conviver com esses preços”, desabafa.
O desabafo de Ferreira é compartilhado também pelo estudante Jeferson dos Santos, que tem o hábito de ir para a universidade de carro. “Eu sempre utilizei meu auto para ir pra aula porque até então era vantajoso. Agora o negócio é deixar na garagem e ir de ônibus mesmo”, diz.
A dona de casa Salete de Albuquerque já não abastece o carro com tanta frequência. “Antes pelo menos há cada duas semanas colocava alguns litros no meu carro, agora com tanto aumento fica impossível. Eu abasteço pouco durante o mês e muitas vezes faço serviços rotineiros a pé para poupar combustível e dinheiro”, desabafa.

Consumidor final não sente a queda do preço do combustível
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) divulgou na quarta-feira, dia 07, nota oficial na qual procura explicar por que a queda de preços da gasolina e do diesel nas refinarias demora a ser repassada ao consumidor final. “Apesar de a Petrobras divulgar quedas de preços da gasolina e diesel nas últimas semanas, o repasse deste menor custo não acontece na mesma velocidade e proporção nas bombas”, diz a nota da Fecombustíveis.
“Pelas regras atuais, os postos não podem comprar gasolina e diesel direto das refinarias. Compram apenas das companhias distribuidoras, que são responsáveis por toda a logística do abastecimento nacional em todos os estados brasileiros.” A nota da Fecombustíveis destaca que as refinarias comercializam gasolina A (sem etanol anidro) e diesel A (sem biodiesel) para as distribuidoras e acrescenta: “nas bases da distribuição são adicionados 27% de etanol anidro e 10% de biodiesel, que, após a mistura, tornam-se gasolina C e diesel C, que são vendidos e distribuídos para os postos por meio rodoviário via caminhões-tanques”.
“Como os postos de combustíveis não podem comprar das refinarias, eles só conseguem diminuir os preços quando as companhias distribuidoras eventualmente os reduzam”, diz a Fecombustíveis. “Os preços da revenda estão ligados diretamente aos preços das companhias distribuidoras, ou seja, se elas reduzirem, os postos, consequentemente, também repassam a redução.”
De acordo com a Fecombustíveis, os valores praticados pela Petrobras são aproximadamente um terço do preço pago pelo consumidor nos postos, mas é preciso levar em conta também os custos dos biocombustíveis, impostos, fretes e as margens de lucro.
A nota da entidade ressalta que, se o preço da gasolina nas refinarias caiu 23,8% de 25 de setembro a 7 de novembro, o custo do etanol anidro subiu 5,7% de 21 de setembro a 1º de novembro. “No caso do diesel, a redução média foi de R$ 0, 24 por litro nas refinarias Petrobras. Já o biodiesel, em virtude do último leilão promovido pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), aumentou entre R$ 0,03 e R$ 0,04 o litro.”
A Fecombustíveis admite que, até o momento, a redução de preços do diesel não foi repassada integralmente pelas distribuidoras. A entidade ressalta ainda o impacto decorrente do preço de pauta para cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e serviços (ICMS).
Na conclusão do texto, a Fecombustíveis lembra que os preços dos combustíveis são livres em todos os segmentos e que não não interfere no mercado. Cabe a cada posto revendedor decidir se repassa a queda de preços nas refinarias ao consumidor final, “de acordo com suas estruturas de custo”.