Por que algumas pessoas pegam covid-19 no intervalo entre a 1ª e a 2ª dose da vacina?

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Após a vacinação completa, nosso organismo leva pelo menos 14 dias para desenvolver anticorpos

Há relatos de pessoas em várias partes do Brasil que tomaram uma dose da vacina contra o Covi-19 e, enquanto aguardavam as semanas para completar o esquema vacinal, pegaram a doença. Afinal, como é que algumas pessoas pegam covid-19 no intervalo entre a primeira e segunda dose da vacina?

Nas redes sociais, posts mentirosos começam a divulgar que os produtos aplicados nas atuais campanhas de imunização poderiam até matar. Mas, antes de compartilhar esse tipo de informação, é preciso ter muito cuidado e entender o que está acontecendo.

Por enquanto, os dois imunizantes utilizados no Brasil: CoronaVac (Sinovac e Instituto Butantan) e CoviShield (AstraZeneca, Universidade de Oxford e Fundação Oswaldo Cruz), precisam de duas doses para oferecer um nível de proteção suficiente contra o coronavírus. O tempo entre a primeira e a segunda dose varia de acordo com o produto: a CoronaVac tem um intervalo de 14 a 28 dias, enquanto na CoviShield esse período é de três meses.

Independentemente da tecnologia, as vacinas trazem em sua composição os antígenos, substâncias que vão interagir com as células do sistema imunológico, para que elas criem os anticorpos necessários e consigam lidar com uma futura invasão viral.

A questão é que esse processo leva um tempo para ser concluído, as células imunes precisam reconhecer os antígenos, “interagir” com eles e criar uma reação satisfatória. Esse trabalho costuma levar cerca de duas semanas. Seguindo esse raciocínio, uma pessoa que tomou apenas uma dose da vacina contra a covid-19 não está protegida e precisa seguir com os cuidados básicos de prevenção (uso de máscara, distanciamento social, lavagem de mãos…).

Portanto, enquanto a circulação do coronavírus estiver em alta e não tivermos uma grande parcela da população vacinada, a tendência é que as medidas de restrição e controle continuem primordiais. A vacina não pode ser encarada como um salvo-conduto para retornar à vida normal – medidas de restrição, como uso de máscaras, distanciamento social e lavagem de mãos, serão rotina por muitos meses ainda.