Pesquisa, inovação e empreendedorismo são o futuro dos pequenos negócios rurais, diz presidente da Embrapa

2015-04-10_190211
Para o presidente da Embrapa o protagonismo dos consumidores tem gerado novos modelos de negócios e oportunidades em diversos setores, entre os quais o agroindustrial

No último dia 27, o presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, afirmou para os participantes do Prospera Agro – unindo forças para o campo, que aconteceu em Brasília, que pesquisas, inovações e empreendedorismo são áreas muito importantes para o futuro dos pequenos negócios rurais. Durante o evento o presidente assinou um convênio de cooperação técnica e financeira para as áreas de aquicultura, agroecologia e produção orgânica. O evento contou com uma plateia formada por empreendedores rurais, gestores de agronegócio, representantes e pesquisadores de diversas instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Associação dos Criadores de Suínos (ABCS), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e contou com a presença da Presidência da República.
O convênio assinado é relacionado a um convênio de cooperação técnica e financeira nas áreas da aquicultura, agroecologia e produção orgânica visando inteligência estratégica e produtos agroalimentares para pequenos negócios rurais. A presidência da Embrapa destacou que os convênios querem preparar os pequenos negócios para o futuro. O diretor-executivo de Inovação e Tecnologia Cleber Oliveira Soares, visa à importância da parceria Embrapa-Sebrae para desenvolver novos negócios e agregar valor às produções agropecuárias brasileiras, diversificando as bases de produção e buscando novos mercados. “Novos negócios, novos mercados, parceria e agregação de valor são elementos chaves para o produtor rural se desenvolver, ter renda e qualidade de vida” destacou o diretor-executivo.
A perspectiva dos pequenos negócios é de que até 2050, sete em cada dez pessoas viverão nas cidades, sendo assim, teremos mais pessoas urbanas, idosas, educadas e exigentes com acesso a bens de consumo mais nobres, especializados e diversificados.
Cleber Soares baseou-se nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e no documento da Embrapa Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira, que aponta que o protagonismo dos consumidores tem gerado novos modelos de negócios e oportunidades em diversos outros setores, entre eles, o agroindustrial.
Alimentos de qualidade, funcionalidade e diversificados, resgate de plantas que ficaram esquecidas (plantas alimentícias não convencionais: cúrcuma, almeirão, muricato, entre outras) são exemplos de mudanças na percepção do consumidor sobre alimentos que provocam alterações na produção, são modelos de atendimento e valorização da produção local diferenciada.

A multifuncionalidade do mundo rural
Na visão do presidente, as oportunidades para os pequenos negócios a partir de uma visão do futuro baseada nos 17 ODS e na Agenda 2030, destacam a importância de uma agricultura que promova negócios inclusivos e que contribuam muito para a melhoria da qualidade de vida da população pobre que vive em áreas rurais. Por meio de processos limpos e sustentáveis, as oportunidades são maiores em questão de saúde, nutrição e educação alimentar. Outros exemplos são tendências que já estão no mercado sendo desenvolvidas com base nas pesquisas.

Para fortalecer os pequenos negócios rurais
De acordo com o diretor-executivo da Embrapa, os quatro projetos frutos do convênio assinado no dia 27 de Julho serão estruturantes e voltados para novos negócios para os pequenos produtores. O primeiro deles trata da produção de pescado com uma perspectiva maior de alcançar novos mercados devido a grande demanda do mercado atual por uma excelente proteína de origem animal como a do peixe. Já o outro projeto é voltado para agregar valor nos produtos alimentares, isto é, aumentar a sintonia do desenvolvimento e conceito de alimentos e territórios que serão iniciados pela Embrapa no Nordeste brasileiro.
O terceiro projeto é voltado à inteligência estratégica para mapear novos negócios de base produtiva e alcançar o mercado, a venda e a distribuição, agregando valores. E o quarto projeto tem como foco a agricultura orgânica e a base agroecológica, pois tem uma perspectiva imensa e uma demanda muito maior, diversificando a base produtiva dos agricultores brasileiros e da agricultura. Outra participação não muito comentada, mas de suma importância foi a participação do pesquisador da Embrapa Cerrados, Felipe Ribeiro, que apresentou o tema “Mercado de produtos e serviços da biodiversidade do Cerrado” na recomposição ambiental com o projeto Biomas. Os convênios assinados serão executados por meio da Fundação Eliseu Alves.