Pesquisa com pacientes do Tacchini conclui que Azitromicina não é eficaz no combate da Covid-19

2015-04-10_190211

A pesquisa para comprovar a eficácia do medicamento Azitromicina no combate ao novo coronavírus apresentou resultados ineficazes.

A pesquisa que incluiu pacientes do Hospital Tacchini para comprovar a eficácia do medicamento Azitromicina no combate ao novo coronavírus apresentou resultados ineficazes, conforme apontou os estudos do Coalização Brasil II, que envolve 57 hospitais brasileiros e teve a participação de 447 casos atendidos em todo o país, realizado entre 28 de março a 19 de maio.
De acordo com o estudo, sete pacientes do Hospital Tacchini foram recrutados nesta etapa. Todos os pacientes inclusos no estudo apresentavam ao menos um dos critérios de gravidade, que iam desde a necessidade de uso de mais de quatro litros de oxigênio por dia, uso de cânula nasal de alto fluxo até a de ventilação não invasiva com pressão positiva ou de ventilação mecânica. Além disso, eram portadores de fatores de risco para agravamento da doença (hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e insuficiência renal crônica). Cerca de 50% dos pacientes incluídos nesta pesquisa estavam em ventilação mecânica quando o estudo começou.
Por meio de um sorteio, 214 pacientes receberam azitromicina mais o tratamento padrão e 183 receberam tratamento padrão sem azitromicina.
O tratamento padrão incluía, à época, todas as medidas de suporte hospitalar e a hidroxicloroquina.

Reação dos pacientes ao medicamento

A análise feita 15 dias após o início dos tratamentos mostrou que não houve diferença entre os grupos na chance de melhora segundo a escala de evolução clínica definida. Ou seja, o uso de azitromicina associado ao tratamento padrão não mostrou benefícios para a recuperação dos pacientes.
Também não houve diferença importante na mortalidade entre o grupo medicado com azitromicina mais tratamento padrão e o grupo que recebeu apenas tratamento padrão. No primeiro, a taxa de óbitos após 29 dias foi de 42%. Entre o grupo controle, foi de 40%.
Além disso, não foram evidenciadas diferenças significativas no tempo médio de internação: 26 dias para os pacientes que receberam azitromicina mais tratamento padrão e 18 dias entre os pacientes que receberam apenas a terapia padrão.

Efeitos adversos do tratamento

A incidência de eventos colaterais foi semelhante nos dois grupos de pacientes. Entre os que receberam a adição da azitromicina ao tratamento padrão, por exemplo, 39% apresentaram insuficiência renal e precisaram ser submetidos à diálise. No grupo dos medicados com a terapia padrão, o índice foi de 33%.