Pais devem ficar alertas ao perigoso desafio do desodorante

2015-04-10_190211

A morte de uma menina de sete anos por ingestão de aerossol, há alguns meses, emitiu um alerta aos pais sobre “desafios” que circulam em vídeos pela internet e têm nas crianças suas principais vítimas. O caso Adrielly Gonçalves, de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), que morreu depois de colocar desodorante direto na boca, desmaiar e ter uma parada cardíaca, expõe a fragilidade infantil perante o conteúdo da internet.
Youtubers fazem diferentes desafios que consistem em inalar a substância em vídeos que circulam pelas redes sociais e acumulam milhares de visualizações no site. Há ainda o “jogo da asfixia” ou “do desmaio”, em que compete-se para ver quem prende a respiração por mais tempo, além de desafios de inserir camisinhas nas narinas para tirar pela boca, de comer canela em pó em grandes quantidades e pura, de passar cola nas narinas e na boca. Fora as competições que induzem jovens e crianças a tomar grandes quantidades de bebidas alcóolicas. Todas as práticas trazem gravíssimos riscos à saúde e algumas podem levar à morte.
Há cerca de um ano e meio, um jovem de 14 anos de São Vicente (litoral de São Paulo) foi encontrado morto com um lençol no pescoço. Investiga-se se ele foi induzido a isso pelo chamado “jogo do desmaio”.n Até jogos aparentemente inocentes, como o que estimula a ingerir canela, podem ter consequências graves: “a canela em pó bloqueia e queima as vias respiratórias e pode causar asfixia.
E o desafio do desodorante, que aparentemente causou a morte de Adrielly Gonçalves, é perigoso por causa do alto teor de etanol (álcool) presente em qualquer tipo de desodorante. Esse teor é de 70% a 90%, muito maior do que o do uísque ou o absinto.

Emergências
Caso se depare com um caso como esse, busque ajuda médica em um pronto-socorro. Quando houver ingestão de produtos tóxicos ou alcoólicos não induza ao vômito, que pode piorar a obstrução das vias aéreas. Essa ajuda pode ser dada pelos bombeiros (telefone 193) ou por centros de assistência toxicológica, como o Ceatox da Faculdade de Medicina da USP (0800-148110), que atende ligações do Brasil inteiro nas 24 horas do dia.
No caso de asfixia ou parada respiratória, a criança deve ser colocada deitada de costas no chão (por ser uma superfície rígida) com o corpo alinhado ao pescoço, para ajudar a liberar as vias aéreas.