ONGs denunciam maus tratos de animais no bairro Progresso

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Segundo voluntárias, as denúncias acontecem há mais de um ano

Seis cachorros vivem em situação degradante há mais de um ano numa residência localizada no bairro Progresso. Os animais ficam acorrentados 24 horas por dia, presos numa corrente de 40 cm, num terreno repleto de lixo e sem comida.

As promessas, segundo Paula, foram feitas há cerca de um mês. O desespero das jovens com a vida dos animais chegou até o gabinete da primeira dama. “Consegui o contato particular do prefeito e da primeira dama, mandei mensagens para ambos e ficaram de me retornar. Informaram que estão tentando fazer algo pela causa animal, mas que não depende só deles e nos deixaram a ver navios, sem um retorno concreto”, desabafa.

A situação dos pets só não é pior porque duas jovens voluntárias alimentam os animais diariamente, além de terem doado casinhas para os cães se abrigarem. Paula Trigo, da Ong Todos por um Focinho e a estudante Milena denunciam que há mais de cinco meses estão tentando retirar os animais do local, mas, conforme elas mesmo relatam, sem apoio de órgãos municipais.
Segundo Paula o grupo ouviu promessas de que a situação seria resolvida, porém, até então, nenhuma atitude foi tomada. “Nós doamos casinhas, potes de comida e rações e explicamos toda a situação para as autoridades, mas representantes da ARPA e da Vigilância Sanitária foram até o local e disseram que não era caso de maus tratos”, afirma.

 

 

 

 

Denúncia antiga
A denúncia sobre o estado dos animais repercute na internet há cerca de um ano. Milena afirma que tentou conversar com a moradora da residência onde os cães estão, para sugerir a doação dos animais, pois eram muitos, mas que a proposta não teria surtido efeito. “Como o lugar é barra pesada, fiquei de mãos atadas. Fui atrás das ONG’s, mas elas também não têm como tirar de lá à força”, lamenta.
Milena alimenta os animais diariamente, e conforme ela mesma diz, não vai até o local apenas quando chove. Ela confirma que o cenário é desolador. “Eu e outra menina conseguimos casinhas para todos, além de potes e correntes.
Eles vivem amarrados e estavam presos em cordas ridiculamente pequenas, por isso também doamos correntes, pra aumentar o espaço deles. Entretanto, comecei a aparecer por lá só pra garantir que a situação tivesse melhorado. Ia sempre com comida e percebia que, não importava a hora do dia, estavam sempre com fome”, conta.
A jovem lamenta o fato do poder público não ter classificado o caso como sendo maus tratos. “Foi entrado em contato com a Câmara, com a promotoria e com o prefeito e encaminharam a vigilância pra vistoriar o local. Eles simplesmente avaliaram que o caso não poderia se classificar como maus-tratos”, diz.