OMS diz que “pandemia não está nem perto de acabar”

2015-04-10_190211

Às vésperas dos seis meses da covid-19, a OMS alerta que o mundo está ainda distante de ver o final da pandemia. “A dura realidade é que não está nem perto de acabar”, afirmou Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Globalmente, a pandemia se acelera. Todos estamos nessa juntos. E por um longo tempo”, disse. “Vamos precisar de mais paciência, resiliência e humildade”, disse. Para Tedros, esse é o momento de “liderança moral e política”. “Perdemos muito. Mas não podemos perder esperança”, disse. No dia 31 de dezembro de 2019, a agência receberia o primeiro alerta oficial de um surto na China. Um mês depois, a emergência global seria declarada, quando existiam apenas doze casos fora da China. Hoje, são 10 milhões de infectados e mais de 500 mil mortes. Mas, acima de tudo, a OMS se diz preocupada com a alta no número de casos em países que, depois de obter um certo controle da doença, voltaram a registrar aumentos de infecções. No Brasil, são 1,3 milhão de casos e 57 mil mortes. Nos últimos 30 dias, o país foi o local que mais registrou novos casos no mundo. Em média, nos últimos dias, 20% de novos infectados no mundo estão no Brasil. “Há seis meses, ninguém poderia imaginar como nosso mundo e vidas seriam jogadas nessa turbulência”, afirmou.

Politizada
Sem citar nomes, Tedros criticou governos e lideranças que têm “politizado” a pandemia e insistiu que o vírus pode ser barrado, mesmo sem a vacina. Para isso, porém, governos precisam investir em testes, isolamento e rastreamento de casos. “Há como parar o vírus”, disse. “O governo precisa assumir sua responsabilidade e a comunidade precisa fazer seu papel”, afirmou. Na avaliação de Tedros, a Coreia do Sul é um exemplo de um país que conseguiu, sem a vacina, romper a cadeia de contaminação.