A disciplina positiva se baseia em encontrar soluções para os problemas das crianças com respeito mútuo, gentileza e incentivo
Quando os pais disciplinam positivamente, a ênfase é colocada na raiz do comportamento e a solução é feita com foco em atender às necessidades dele ao invés de punir pelo comportamento. A disciplina positiva se baseia em encontrar soluções para os problemas das crianças com respeito mútuo, gentileza e incentivo.
Existem cinco critérios para a disciplina positiva: A disciplina positiva é firme e gentil ao mesmo tempo; Ajuda a sentir nas crianças um sentimento de pertença e significado; Funciona a longo prazo, ao contrário das punições que funcionam apenas temporariamente; Ele ensina habilidades para a vida e habilidades sociais que os ajudarão a respeitar os outros e resolver conflitos de forma pacífica; Permite que as crianças descubram suas capacidades e usem seu poder pessoal de maneira construtiva.
No disciplinamento positivo o foco é atender às necessidades da criança e, portanto, reduzir as chances de mau comportamento no futuro. Mas a criança ainda é tratada com gentileza, e lhe é mostrado como corrigi-lo na próxima vez.
Já a disciplina negativa não leva em consideração o que a criança tem a dizer. Suas emoções são negligenciadas e, portanto, a criança encontra formas mais negativas de chamar a atenção e satisfazer a necessidade de pertencer, a criança se envergonha de seus erros e não recebe bondade, nem orientações ou apoio para melhorar seu comportamento. A criança aprende comportamentos agressivos (porque é isso que ela vê) .
Afinal, quais são as técnicas?
Definir limites: Estabelecer limites é essencial para que as crianças aprendam sobre as consequências de seu comportamento.
Tem que ser estabelecido limites e tomar medidas se os filhos ultrapassarem os limites. Mas a única diferença é que isso é feito com empatia. As crianças não são feitas para se sentir mal, mas elas ainda entendem que seu comportamento criou a consequência, e repetir o comportamento terá a mesma consequência.
Quando eles enfrentam isso, eles não são humilhados, mas recebem empatia e gentileza. Você entenderá melhor com um exemplo: Seu filho escreve na parede com um giz de cera, você diz a ele: “As paredes não são para desenhar, você pode usar um papel em seu lugar”. Mas se ele fizer isso de novo, você pode lembrá-lo e dizer que, se ele repetir, você terá que tirar o giz de cera. E se ele fizer isso, vá até ele e retire o giz de cera com firmeza. Ele vai protestar e chorar, mas você não cede, em vez disso, oferece empatia a ele, você diz: “Eu sei que é difícil para você não desenhar na parede. Mas não posso deixar você fazer isso. Podemos tentar novamente quando você estiver pronto para desenhar no papel”. Sem ameaças, sem punições e sem repreensão. Mesmo que tenha sido levado embora, ele sabia que você estava do lado dele e não se sentiu humilhado.
Fale menos, faça mais: Falamos e falamos e fazemos muito menos. Dizemos às crianças as seguintes coisas: “É a sua última chance, não vou deixar isso acontecer de novo”; “Você só tem dez minutos, depois disso, vou tirar o controle remoto”, e “Não vou te dar doce nunca mais”, etc. Mas nós realmente agimos de acordo com nossas palavras? Não!
No disciplinamento positivo, é estabelecido limites e os pais agem sobre eles quando os limites são ultrapassados. Mesmo quando os pais defendem suas palavras, podem mostrar empatia e mostrar a eles que estão em sua equipe. Ou então, as crianças não aprendem as consequências de suas ações e ficam repetindo os erros, porque tínhamos medo.
Escolhas de oferta: Oferecer escolhas é outra técnica de disciplina positiva que funciona bem para evitar lutas pelo poder, especialmente com crianças pequenas. Exemplos: “Você quer se preparar para dormir agora ou depois de 10 minutos?”; “Você quer beber o leite do copo vermelho ou do copo azul?”; Certifique-se de oferecer opções que sejam aceitáveis para você. Se você não pode viver com uma escolha, não a ofereça. Oferecer opções faz com que as crianças sintam que estão no controle e que tomaram a decisão. Ele reduz a resistência e as lutas pelo poder.
Crie um ambiente sim: As pessoas não gostam de ser controladas, e por pessoas, inclue-se as crianças. Você já percebeu como as crianças tendem a fazer mais daquilo que dizem “não fazer?” Quando dizemos não, eles mostram mais resistência e tentam exercer o poder. Como costumamos dar instruções às crianças: “Não pule no sofá”; “Sem TV depois das 21h”… Mas se você criar um ambiente mais ‘sim’ em casa, pode esperar um comportamento mais cooperativo dos filhos. Exemplos: “Sofá é para sentar, se você gosta de pular, pode fazê-lo no chão”; “Assistir TV noite adentro vai deixar você um garoto mal-humorado pela manhã. Nós não gostamos disso, não é? Devemos desligar a TV depois das 21h”; Em vez de apenas dizer ‘’não’’ imediatamente, explique as razões para dizer ‘’não’’.E se as crianças pedirem que você brinque com elas, em vez de dizer ‘’não’’, você pode dizer: “Estou preparando esta refeição para você, vou me juntar a você assim que terminar”.
Em vez de gritar, use uma voz firme: A disciplina positiva deve ser firme e gentil ao mesmo tempo. Quando você diz que seu filho não pode fazer algo, você está falando sério. Mas se eles respondem com raiva ou se eles começam a chorar, você sente empatia por eles. Isso é o que significa firme e gentil. Se seu filho protestar por tirar a colher, você pode dizer “Sei que você estava se divertindo batendo a colher na mesa. Mas colher é para comer, não para bater, então estou levando embora. ” Quando você está sendo gentil e firme, sua mensagem chega ao seu filho. Gritar nunca pode transmitir sua mensagem porque seu filho não se sente compreendido e ele está ouvindo você em um lugar de medo.
Trabalhe com as crianças para criar soluções: Uma forma muito eficaz de resolver os problemas em casa, é realizar uma reunião familiar semanalmente, para discutir os desafios que foram enfrentados como resultado do comportamento um do outro. Um dos problemas que muitas famílias enfrentam é as brigas entre irmãos. É muito trabalhoso ajudar as crianças a aprenderem a conviver umas com as outras.
De certa forma, é injusto para eles ter pessoas que entram em seus territórios sem serem convidadas e fazem coisas de que não gostam. Ninguém gosta disso. Portanto, nessas reuniões, é de suma importância o debate entre os membros da família sobre os comportamentos dos irmãos que irritam as crianças, e que os pais estabeleçam limites para que todos saibam o que se espera deles. Esta reunião não pretende ser um jogo de culpas, os pais podem moderar as acusações com respeito, e também podem envolver as crianças fazendo perguntas como: “O que você acha que podemos fazer quando essa situação surgir novamente?”. Em seguida, eles apresentam suas ideias e todos já começam a tentar agir com base no que foi falado. Isso ensina às crianças o pensamento crítico e habilidades de resolução de problemas. Isso também os ajuda a ver os desafios com uma perspectiva de encontrar soluções, em vez de ficar zangado e reativo em relação a eles, o que é uma habilidade importante para a vida.
Tratar a causa em vez dos sintomas: Um benefício das reuniões de família mencionadas acima é fazer com que as crianças falem o que pensam. Quando você realmente ouve a parte deles, entende a razão por trás de seus comportamentos difíceis. Por exemplo, uma irmã mais velha ao ser questionada pelos pais, diz não gostar de compartilhar seus pertences com a irmã porque ela não os devolve de maneira adequada e, mesmo que o faça, geralmente não está em boas condições. Geralmente as crianças não falam tudo que pensam se não for feito perguntas para elas. Na situação mencionada acima, se a irmã mais velha não tivesse sido questionada, ela provavelmente não teria dito isso e os pais a teriam julgado por esse comportamento e até mesmo a rotulado de “egoísta”. Portanto, aqui, em vez de julgar ou rotular uma criança, podemos falar com ela sobre por que exibe esse comportamento. Você pode discutir com seu filho para encontrar soluções que sejam aceitáveis para todos. Essa forma alternativa de disciplinar ajuda as crianças a desenvolver uma mentalidade construtiva, porque elas percebem que suas deficiências podem ser corrigidas e melhoradas.
Ainda, existem outras técnicas que podem ser postas em prática com as crianças, mas cada família sabe o que se passa dentro de casa e vai tentando ensiná-los da maneira que acha correta. Mas, o que todos pais querem é criar crianças felizes e gentis que se sintam amadas e apreciadas neste mundo.