Número de roubos a pedestres já ultrapassa média mensal de 2016

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Casos de assaltos estão em média em 25,9 em 2017

Número de assaltos já é quase maior que em todo o ano de 2015, e insegurança preocupa vítimas

J.M. estava indo para o trabalho a pé, há cerca de duas semanas, por volta das 07h56 da manhã, quando foi abordada perto de casa, no Borgo, por um homem que anunciou um assalto. Ele não estava armado, mas diante da negativa da jovem de entregar a bolsa, o criminoso empurrou-a e fugiu com o objeto. Documentos, aparelho celular e dinheiro nunca mais foram encontrados desde então .
Foi a primeira vez que a vítima sofreu um assalto. “Tenho medo de andar na rua, como se me sentisse em um semi-aberto (casa/trabalho) sem ter a liberdadea de sair para outros lugares pois o medo me trava. A sensação é de estar sendo perseguida. Já morei na região metropolitana e nunca me senti presa ( com medo de andar nas ruas), mas aqui infelizmente fiquei assim”, conta ela.
Assim como a jovem, outras 259 pessoas foram vítimas de roubos à pedestres em 2017 em Bento Gonçalves, segundo a 2ª Delegacia de Polícia. A média de 25,9 roubos mensais já supera 2016 (que teve um total de 290 roubos e média de 24,16) e 2015 (264 roubos e média de 22).

Vítima teve episódios de insônia
O trauma pós-traumático de sofrer um assalto também foi sentido por J.P, que foi assaltado pela primeira e única vez em setembro de 2016, em frente à Igreja Cristo Rei. Abordado perto da meia-noite, quando saía de um bar, o homem conta que ficou alguns dias com insônia devido ao susto. “No dia do assalto fui agredido com coronhadas na cabeça e precisei fazer pontos. Eu estava caminhando em direção ao carro quando fui abordado e queriam que eu dirigisse, por isso entrei em luta corporal com os assaltantes. Um deles parecia ser menor de idade”, relata.
“Roubaram meu carro, dinheiro, celular e documentos. Só recuperei o carro e ainda estava com sinal de um tiro de revólver no parabrisa”, relembra a vítima, acrescentando que deu o depoimento na delegacia, mas nunca mais soube de como teria ficado as investigações. “Estou com medo de andar em Bento. A cidade está muito violenta devido ao alto consumo de drogas e tmb desempregadas. A nível estadual a situação é igual”, registra.
Depois desse dia, J.P fica atento quando vai se direcionar ao veículo, além de observar muito antes de entrar na garagem de casa. “Evito lugares que não tenham movimentação. E quando estou a pé, observo muito as pessoas que caminham atrás de mim”, diz.

Assalto na saída de uma Festa Junina
A advogada A.P.P.V. entrou nas estatísticas em junho de 2015, ao sair de uma festa junina que aconteceia em uma escola no bairro Cidade Alta. “Era final de sábado e a ação dos dois assaltantes ocorreu a poucos metros da escola e próxima de um fluxo intenso de pessoas”, fala. Assim como J.P, ela foi abordada, juntamente com mais três amigas, quando estava andando em direção a um veículo.
“Os criminosos levaram pertences pessoais, bolsa, documentos e dinheiro. Os assaltantes, era visível que um deles era menor de idade, saíram correndo na direção de um bairro próximo”, relata.
“A nós restou o sentimento de insegurança, pois o fato ocorreu em plena luz do dia e com grande circulação de pessoas. Hoje não me sinto segura em lugar nenhum, independente do horário e de estar em local movimentado, sempre procuro estar atenta a qualquer pessoa com atitude suspeita, a fim de me prevenir de qualquer ação”, conclui.