Nona Lydia, de 109 anos, homenageada na Câmara de Monte Belo

2015-04-10_190211
Dona Lydia sempre foi agricultora, profissão que herdou de seus pais

A moradora mais velha de Monte Belo do Sul, Lydia Zaffari Parmegiani, foi homenageada pela Câmara Municipal de Monte Belo do Sul com uma Portaria de Louvor e Agradecimento pelos 109 anos completados no dia 21 de julho. A cerimônia aconteceu na terça-feira, dia 3, em Sessão Solene realizada no plenário da Casa. A homenagem foi proposta pelo vereador Onecimo Pauleti (PMDB) e subscrita por todos os demais parlamentares da Casa. A matéria foi aprovada por unanimidade na sessão plenária do dia 18 de julho deste ano.
Nascida em 21 de junho de 1908, Lydia Zaffari Parmegiani (conhecida Nonna Lydia) é a moradora mais velha de Monte Belo do Sul, município com aproximadamente 2,80 habitantes. Nasceu na Linha Fernandes Lima. Depois que casou foi para a Linha Colussi.É ponto de referência na pequena comunidade e muito requisitada em entrevistas para pesquisas a nível acadêmico, quanto para fins históricos e culturais. Mas, mais do que se impressionar com a idade de dona Lydia, o que comove mesmo é a sua lucidez, força de vontade e a fé. Ela se locomove sozinha, escuta sem grandes problemas, porém tem dificuldade na visão.
Ainda jovem, com 33 anos casou-se com Pedro Antônio Parmegiani. Tiveram seis filhos, dois homens e quatro mulheres. Egídio Inocente, Avelino Luiz, Umbelina Maria, Roselina, Íria e Rosa Maria.
Viúva a 22 anos Dona Lydia mora com os filhos. Ficaram casados mais de 50 anos. Na casa que divide com quatro dos seis filhos – o mais velho está com 75 anos e não fala depois de sofrer um AVC – (duas filhas moram em Bento, mas ficam boa parte do tempo na casa da mãe), distante 20 quilômetros do centro de Monte Belo do Sul.
Tanto o pai, Luiz Zaffari, como a mãe, Estéfana Brausi Zaffari de Lydia nasceram na Itália, e vieram quando crianças para o Brasil. Tiveram sete filhos, quatro homens e três mulheres. Dona Lydia foi a primeira filha. Estudou até os 14 anos, na escola da Linha Armênio. Dona Lydia sempre foi agricultora hoje com 109 anos é aposentada.

A história
Dona Lydia sempre foi agricultora, profissão que herdou de seus pais oriundos da região do Vêneto, na Itália. Ela lembra, a todo o momento, dos momentos de dificuldades que passou para chegar a essa idade. Contudo, Lydia não reclama, celebra. Sua casa é próxima ao Rio das Antas, importante rio da região. E foi justamente por esse meio que chegaram as primeiras tábuas para a construção da casa de seus pais, que chegaram ao Brasil sem saber aonde ir. “Eles (seus pais) falavam que ficavam no mato, com uma fogueira acesa a noite inteira para os tigres não atacarem”, conta.
A nonna, que significa avó em italiano, estudou dos seis aos quatorze anos em uma escola na Linha Armênio, interior de Monte Belo, porém o processo de aprendizado não foi contínuo. Quando era necessária sua presença na propriedade da família para o auxílio nos afazeres domésticos e na agricultura, os estudos se tornavam coadjuvantes. Mas esse fato não impediu a longa trajetória de Lydia na vida.