Na manhã de quarta-feira, 27 de abril, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Embrapa Uva e Vinho celebraram a assinatura de Termo de Execução Descentralizada (TED) para o desenvolvimento de planos e ações estratégicas e operacionais para implantação e estruturação do Cadastro Vitícola Nacional, no âmbito do Sistema Nacional de Vinhos e Bebidas (Sivibe). Serão cerca de 300 mil reais, investidos ao longo dos próximos dois anos, objetivando internalizar conceitual e operacionalmente a declaração anual dos viticultores ao Sistema. O evento ocorreu na Sede da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves.
No encontro, que reuniu lideranças setoriais de forma presencial e virtual, Marlos Schuck Vicenzi, coordenador de Regulamentação de Vinhos e Bebidas do MAPA, apresentou o primeiro painel da viticultura gerado pelo SIVIBE, com os dados atualizados até a Safra de 2021, que já conta com todas as informações dos viticultores do Rio Grande do Sul e com as primeiras declarações feitas por viticultores de outros estados. (clique aqui para acessar).
“O novo sistema permite ao usuário fazer consultas utilizando diferentes filtros para realizar buscas de informações de interesse”, comentou Vicenzi. Ele destacou os recursos e o potencial do SIVIBE, ao mostrar as diferentes possibilidades de ferramentas interativas disponíveis no sistema, como gráficos, mapas e relatórios. A possibilidade de exportar os dados para planilhas também já está ativa, sendo que somente poderão ser acessados dados públicos, conforme a LGPD .
A celebração da parceria entre as instituições para a implantação do cadastro vitícola nacional foi bastante comemorado pelas lideranças setoriais, que puderam conferir as funcionalidades em primeira mão. Segundo destacou Helio Marchioro, da Fecovinho, a entidade sempre defendeu a necessidade do Cadastro Nacional para o ordenamento e gestão pública. “Esperamos que em pouco tempo o Brasil conheça toda a sua viticultura e, especialmente, visualize as suas potencialidades”, pontuou.
“Com os dados do cadastro teremos uma visão da produção que nos dará o norte. Poderemos acompanhar, entender o mercado e planejar”, destacou Deunir Argenta, da Uvibra. Ele destacou que a análise dos dados do cadastro nacional irão facilitar o acompanhamento das transformações que estão acontecendo no setor vitivinícola, possibilitando monitorar, por exemplo, a falta ou o excesso das cultivares viníferas ou americanas no mercado.
Dentre as atividades que serão desempenhadas pela empresa de pesquisa, a partir da assinatura do TED, estão a sensibilização e mobilização dos viticultores das principais regiões produtoras do país para o seu correto preenchimento. Também integram a proposta a revisão e atualização do banco de dados de cultivares e porta-enxertos, bem como análises temáticas quanto às condições da safra, dos dados para emissão de relatórios para o setor e também para a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). A partir da base de dados do Cadastro Nacional, serão, periodicamente, divulgados informativos analíticos conjunturais da vitivinicultura nacional, além do acompanhamento e levantamento de necessidades de melhorias no sistema.
O pesquisador José Fernando da Silva Protas estará na coordenação do Projeto na Embrapa Uva e Vinho e planeja iniciar as articulações e as visitas ainda no mês de maio aos principais polos que totalizam 95% da produção nacional (veja lista completa abaixo). “Além das visitas às principais regiões produtoras e a capacitação de pontos focais dentro das Superintendências do Ministério da Agricultura, também será criado um “call center” para atendimento quanto às dúvidas relacionadas ao preenchimento e atualização anual do cadastro”, destacou Protas.
Glauco Bertoldo, Diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do MAPA, destacou que todo o processo será acompanhado pelas equipes do Ministério e Embrapa, com a realização de reuniões trimestrais, buscando alinhar as necessidades e expectativas do setor com as entregas a serem realizadas. “As informações geradas serão transparentes e devem ser úteis para o setor produtivo e para o governo, especialmente no direcionamento das políticas públicas do setor vitivinícola”.
Com a implantação do Cadastro Vitícola Nacional, o Brasil terá uma base de dados que além de refletir o perfil da realidade da viticultura nacional, possibilitará o estabelecimento de politicas de desenvolvimento setorial focada nas prioridades e demanda da cadeia produtiva. Trata-se portanto, de um importante passo no sentido da organização competitiva da vitivinicultura brasileira.
Pontos prioritários da parceria entre Mapa e Embrapa:
– Estabelecer uma rede de parceiros qualificada a partir de ações de internalização conceitual e operacional do processo associado com o Cadastro Vitícola Nacional.
– Planejamento e realização de visitas nas principais regiões vitivinícolas brasileiras.
– Estruturação de bancos de dados do Sivibe, com atualização dos dados de cultivares e de porta-enxertos de videira.
– Monitoramento e caracterização do perfil da vitivinicultura brasileira, através da elaboração de relatórios.
Principais polos de produção de uvas do Brasil que fazem parte da ação:
Rio Grande do Sul: Serra Gaúcha, Serra do Sudeste, Campanha, Campos de Cima da Serra e Alto Uruguai
Santa Catarina: Vale do Rio do Peixe, Vale do Rio Tijucas, Urussanga, Altitude (São Joaquim, Campos Novos e Caçador) e Alto Uruguai.
Paraná: Norte (Marialva), Sudoeste (Francisco Beltrão) e Grande Curitiba
São Paulo: São Roque/Jundiaí/São Miguel Arcanjo, Jales e Norte (Espirito Santo do Pinhal)
Minas Gerais: Sul de Minas e Pirapora
Goiás: Paraúna, Itaberaí e Pirenópolis
Brasília: Projeto Vinibrasilia
Espirito Santo: Santa Tereza, Vendas Nova do Imigrante e Floriano Peixoto
Bahia: Vale do São Francisco e Chapada Diamantina
Pernambuco: Vale do São Francisco