Mês de abril tem a maior alta de criação de empregos em cinco anos

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Uma boa notícia para a economia brasileira: em abril foram abertos 115.898 novos postos de trabalho, de acordo com dados divulgados na sexta-feira (18) pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Este já é o melhor resultado para o mês em cinco anos, e só é superado por abril de 2013, quando foram abertas 196.913 vagas formais.
Nesse período, os setores que mais abriram postos de trabalho foram o de Serviços, com 64.237 novos vínculos, seguido pela Indústria de Transformação, com 24.108 vagas criadas. No período nenhum setor fechou postos de trabalho, o que demonstra otimismo. Prova disso é que o saldo acumulado no ano é de 336.855 novas admissões.

Bento Gonçalves
Abril foi positivo também para Bento Gonçalves, tendo sido abertos 175 postos de trabalho no último mês, ou seja, um acréscimo de 0,45% sobre o total de empregos formais. Nesse período, os setores que mais abriram postos de trabalho foram o da Construção Civil, com 122 novas vagas, seguido pelo Comércio, com 53 vínculos abertos. Os únicos setores que fecharam postos de trabalho foram o da Indústria de Transformação e o da Extrativa Mineral, com 9 e 1 vínculos encerrados, respectivamente. O saldo acumulado no ano é de 1.047 vagas abertas.
Nos últimos 12 meses foram abertos 619 postos de trabalho no município, um acréscimo de 1,59%. Nesse mesmo período, os setores que mais criaram postos de trabalho foram o da Construção Civil, com 218 novas vagas, seguido pelos Serviços, com 170 novos vínculos. Os únicos setores que fecharam postos de trabalho foram o da Agropecuária e o da Extrativa Mineral, com 22 e 6 vínculos encerrados, respectivamente . O setor que obteve maior crescimento relativo no período foi o da Construção Civil, com um acréscimo de 11,57%.

Setor de Transportes
O presidente da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Estado do Rio Grande do Sul (Fetransul), Paulo Vicente Caleffi, explica que a criação de empregos em abril se deve ao aumento de circulação de mercadorias. “É natural e sazonal, pela proximidade do dias das mães, quando mais se vende mercadorias para o comércio. Não representa porém o movimento da indústria”, pontua. “Também, em abril acontece o escoamento de safras cujas colheitas iniciaram em fevereiro, então o setor de serviços, especialmente de transportes têm um aumento de demanda de pessoas” acrescenta.
Para Caleffi, o problema neste momento é a manutenção do emprego. “As empresas sabem que não podem se desmobilizar pois há uma tendência de melhoria da economia brasileira. Se desmobilizadas terão dificuldade de recompor seu quadro funcional”, sugere. “Pela sazonalidade de circulação de mercadorias outro pico acontecerá nos meses de outubro e novembro, mas esperar até lá é muito tempo. Esperam as empresas que a demanda por serviços lhes dê condições de manutenção do quadro de funcionários” registra.
De acordo com o empresário, o atual problema de falta de lucratividade no segmento é especialmente em função da política governamental dos preços de combustíveis que hoje tem como “consequência uma paralisação nacional dos caminhoneiros que podem se estender em consequências imprevisíveis”, lamenta.“A Transposul que acontecerá em junho em Bento Gonçalves será um termômetro para a realização de novos negócios”, aposta.

Indústria Metalmecânica
O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (SIMMME), Juarez José Piva, acredita que os dados demonstram uma recuperação da economia no futuro. “No setor do emprego vemos crescimento, recolocação de pessoas, oportunidades novas”, salienta o empresário, que aponta parte da responsabilidade à reforma trabalhista. “A relação entre empregador e empregado mudou, hoje há mais facilidade para facilitar o processo de trabalho. A reforma trabalhista vai enriquecer cada vez mais a gente tanto de um lado como do outro”, analisa.
O segmento metalmecânico, enfatiza Piva, começou o ano muito bem, mas apresentou queda nos serviços entre abril e maio. “Se o Brasil tiver mais confiança que vai melhorar, o próprio empresário vai acreditar mais. A hora agora é de manter a calma para voltarmos a crescer e gerar mais renda e emprego”, constata o empresário.
O presidente do SIMMME ainda falou sobre o dólar alto, que ultrapassou a barreira dos R$4 nas casas de câmbio e já acumula alta de 11,3% desde o início do ano. “ A alta dólar incide no custo da matéria prima, porque o aço inox e matérias primas básicas são importados, acarretando uma recolocação de preços. A nossa concorrência é do mercado externo e não interno, então há a elevação de preço e uma bagunça no mercado. Para quem está exportando isso está sendo positivo, mas o dólar precisa estar em um valor equilibrado”, avalia.
A estimativa de crescimento para o setor neste ano, que estava prevista para atingir um patamar de 3 a 16%, deverá ficar entre 5 a 8%, acredita Piva. “O momento é de ficar calmo, com pés no chão”, finaliza.

Rio Grande do Sul
Por outro lado, no Rio Grande do Sul foram fechados 1.252 postos de trabalho, um decréscimo de 0,05% sobre o total de empregos formais. A baixa foi puxada pela Agropecuária, com 3.264 vagas encerradas, seguido pelo Comércio, com 2.276 desligamentos. Nesse período, os setores que mais abriram postos de trabalho foram o de Serviços, com 1.926 novas vagas, seguido pela Indústria de Transformação, com 1.576 vínculos criados. O saldo acumulado no ano é de 42.924 postos de trabalho abertos.

 

Juarez Piva acredita que os dados demonstram uma recuperação da economia no futuro

 

Paulo Caleffi relata que o problema neste momento é a manutenção do emprego