Mais da metade das empresas não está pronta para lei de proteção de dados

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Lei Geral de Proteção de Dados entrará em vigor em agosto, mas o país não está preparado para se adequar à nova legislação. Mais da metade das pequenas empresas (58%) ainda não se adaptaram, segundo a ANPDNa era digital, o direito à privacidade quase nunca é respeitado. Dados pessoais são tratados como mercadorias, o que compromete a liberdade e o sossego dos usuários de quase todo o tipo de serviço. Os brasileiros terão um importante aliado na defesa de informações sensíveis a partir de agosto, quando, em tese, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrará em vigor. Apesar de faltar menos de seis meses para a adequação à legislação, o Brasil não está preparado.

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão regulador e fiscalizador criado apenas no papel, está longe de entrar em operação. Se o governo não dá exemplo, o setor privado não fica atrás. Levantamento realizado revela que 58% das pequenas empresas ainda não se adaptaram para cumprir a lei e, de acordo com estudo do Reclame Aqui, mais de 41% dos empreendedores desconhecem o que é a LGPD. Não à toa, está em tramitação na Câmara um projeto de lei que prorroga por dois anos, de agosto de 2020 para agosto de 2022, a vigência da maior parte da LGPD. O esperado é que seja feita a classificação de todas as informações e o armazenamento de acordo com a sensibilidade dos dados, o que naturalmente impacta em toda a estrutura de pessoal, de funcionamento e financeira das empresas.

Vulnerabilidade dos Bancos
Casos recentes revelaram a vulnerabilidade da segurança de sistemas digitais de grandes instituições, que precisariam dar mais explicações se a Lei Geral de Proteção de Dados já estivesse em vigor. No mês passado, um especialista descobriu que o site da Caixa Econômica Federal permitia o vazamento do token de sessão de usuários. A vulnerabilidade nessa chave dava acesso às informações como CPF, nome completo, conta e extrato do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e endereço. Na ocasião, a Caixa informou em nota que o problema foi corrigido. Em novembro de 2019, uma falha no sistema da Unimed expôs 18 milhões de beneficiários do plano de saúde. A empresa, também em nota, disse que “investe em tecnologias que garantam a segurança das operações e a proteção dos dados” e se comprometeu a “investigar qualquer suspeita de vazamentos ou ataques cibernéticos”.

Nem as nuvens estão seguras
Grandes provedores de serviços na nuvem também precisam se adaptar. Com relação às melhores práticas, fala-se de criptografia. Porém, a garantia tem de ser do cliente. Não adianta o datacenter ter a chave da criptografia, a chave tem de ser da empresa contratante. A lei diz isso claramente.