Juízes querem opção de comprar vacina para antecipar vacinação

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A compra de vacinas por empresas e entidades privadas é alvo de críticas da OMS

A Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (Anamages), tenta traçar caminho solo e importar vacinas para imunizar magistrados associados e suas famílias contra a covid-19. A Anamages conseguiu decisão liminar da Justiça Federal do Distrito Federal permitindo a compra imediata de vacinas.

Segundo o advogado Cristóvam Dionísio, porta-voz da associação, decidiu-se por agir porque, o programa de imunização brasileiro, parte dos associados, sobretudo juízes mais novos podem acabar sendo vacinados somente no ano que vem. E, segundo ele, a urgência se justifica pelo fato de alguns desses magistrados atuarem no tribunal do júri, em julgamentos que reúnem mais de 20 pessoas.

A decisão que permite a importação de vacinas pela Anamages foi tomada pelo juiz Rolando Valcir, substituto da Vara de Justiça Federal do Distrito Federal. No despacho, ele não obriga a associação a entregar a totalidade das doses ao Ministério da Saúde até que a população prioritária seja vacinada nem doar metade delas para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Vacinar primeiro quem pode pagar abre desafio ético e de saúde pública no Brasil
A compra de vacinas por empresas e entidades privadas é alvo de críticas da Organização Mundial da Saúde (OMS) por potencialmente reduzir o acesso das populações mais vulneráveis às poucas doses disponíveis neste ano e, na prática, reduzir a eficácia dos planos oficiais de vacinação para o conjunto das populações.

Além disso, se governos e empresas estiverem negociando com as farmacêuticas, o preço do produto pode aumentar e países pobres terão mais dificuldade para comprar o produto.