Infrequencia escolar e falta de vagas nas escolas são grandes preocupações para 2018

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Conselheiro tutelar Leonides Lavinicki mostra-se preocupado com 919 alunos largaram os estudos durante o ano de 2017

Em 2017, segundo o Conselho Tutelar, 919 alunos largaram os estudos durante o ano letivo. O número é cerca de 20% maior que em 2016, quando foram registradas 741 desistências. Para o conselheiro tutelar Leonides Lavinicki, a educação é o maior gargalo do município, o que se comprova em números. “Este aumento é preocupante, assim como a falta de vagas nas escolas. Em todas as séries. Atendemos uma aluna moradora de Tuiuty que só conseguiu vaga nas escolas Egídio Fabris e Landell de Moura, do outro lado da cidade”, lamenta. “Um dos maiores desafios para 2018 é combater a infrequência escolar”, pontua.
De acordo com os dados obtidos pelo Conselho, grande número de estudantes desiste de frequentar a escola por resistência (519 casos), mas suspeita de negligência (187) e maternidade/paternidade (15) também figuram na lista, além de outros motivos.
No entanto, Lavinicki aponta o uso de drogas como o mais preocupante, apesar de identificado em apenas 30 alunos. “O Hospital da cidade precisaria ter uma ala especial para receber adolescentes. Hoje em dia, o atendimento é misto entre adultos e menores de idade. Eles têm leitos disponíveis, mas precisam aguardar dinheiro público para a adequação”, comenta.
Lavinicki aponta que o Conselho recebe muitos casos de adolescentes com idade em média de 13 a 14 anos que usam drogas, e em 2017 houve quatro atendimentos para crianças abaixo de 11 anos.

Problema futuro
O conselheiro apresentou os dados de registro de nascidos em 2017, cujos os pais têm residência em Bento Gonçalves, que foi computado em 1.621. Isso significa um aumento em relação a 2016, quando o número foi de 1.526.
Além disso, são cerca de 300 crianças a mais que em 2009 (1.295). Para ele, isso é um sinal de preocupação. “Desde 2014, a média se mantém em 1.600, mas já é 100 a mais que em 2013, quando houve 1.485 registros. Em contrapartida, não são ofertadas mais vagas nas escolas. Caso continue tendo mais crianças e não forem construídas escolas, o problema será grande”, avalia.

Números do Conselho
O Conselho Tutelar fez um total de 1772 atendimentos no ano passado. A Secretaria Municipal de Habitação e Assistência Social (SEMHAS) foi quem mais recebeu atendimentos do Conselho (462), seguida pela Saúde (355), Educação (330), Judiciário (226), Segurança (37), Cartório (32) e outros (6).

Casos preocupantes
Além da educação, outro fato que chamou a atenção de Lavinicki foi a frequência de casos de gestantes usuárias de drogas que abandonaram seus filhos após o nascimento. “Isso choca o Conselho bastante. Muitas mães que engravidam e são usuárias de drogas, largam os filhos no Hospital.
Esses casos são diretos, teve em dezembro, e quase mensalmente. Muitas vezes elas compactuam com famílias que furam a fila de adoção. Ou seja, elas dizem que vão ficar com os filhos mas deixam eles com uma família, que não passa pelo processo legal”, lamenta.

Infrequencia escolar

2016-741 │ 2017-919
O Conselho Tutelar apresentou os dados de 2017. Foram totalizados 1.772 atendimentos que tiveram encaminhamentos para diversas áreas, tais como assistência, saúde e educação. Esta última, segundo o conselheiro tutelar Leonides Lavinicki, é a mais preocupante, por faltas de vagas nas creches e escolas públicas e pela infrequencia escolar.

Crianças registradas em Bento
2009-1295     2010- 1309     2011-1316     2012-1418     2013-1485     2014-1602     2015-1669     2016-1526     2017-1621

Encaminhamentos do Conselho Tutelar em 2017
462- SEMHAS (Ceacri, CRAS, CREAS, Contra-turno escolar, Revivi e Assistência)
355-Saúde (CAPS-AD, CAPS I, CAPS-Adulto, UBS-Psicológico, etc)
330-Educação (Secretaria Municipal da Educação-Smed e 16ª CRE)
324- Ministério Público
226- Judiciário
37- Segurança (DPPA, BM DMT, Presídio)
32- Cartório (Certidão de nascimentos)
6- Outros (Conselhos tutelares de fora da cidade)
Total: 1.772