Inflação do aluguel acumula alta de 8,24% em 12 meses

2015-04-10_190211
Apesar da deflação, o mercado ainda desaquecido força a segurar os preços médios de locação. O setor imobiliário da cidade avalia que os preços dos aluguéis devem começar a cair

Impactado pela desvalorização do real e pela greve dos caminhoneiros, o índice de inflação mais usado para corrigir os reajustes dos aluguéis teve forte avanço no último ano e pressiona o valor dos contratos. Apesar da alta, o mercado ainda desaquecido tem ajudado a segurar os preços médios de locação.
Após ter recuado 0,52% em 2017, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), subiu com força este ano e já acumula alta de 8,24% nos 12 meses encerrados em julho, segundo divulgou nesta segunda-feira (30) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Os contratos de aluguel costumam ser reajustados com base na variação acumulada dos 12 meses anteriores.
A queda da taxa foi percebida nos três subíndices que compõem o IGP-M. O Índice de Preços ao Produtor Amplo, que mede o atacado, passou de 2,33% em junho para 0,5% em julho.
O Índice de Preços ao Consumidor, que mede o varejo, caiu de 1,09% em junho para 0,44% em julho. Já o Índice Nacional de Custo da Construção ficou em 0,72% em julho, ante 0,76% de junho.
Para a diretora da imobiliária Urbvias, Raquel Vieira, a tendência é que os aluguéis voltem a baixar os preços, que segundo ela, eram praticados antes de 2016. “Nós viemos em um momento de crise, onde os aluguéis de 2017 sofreram deflação e isso impactou no mercado porque muitos que estavam em crise usaram isso para reduzir o valor do aluguel. Existe uma melhora da economia”, afirma.
Ainda segundo Raquel, o cenário econômico é positivo, e a imobiliária que administra está com poucas salas para alugar no centro da cidade, em virtude da grande procura por aluguel. “Nesse ano estamos com menos salas para alugar, quando comparamos com 2017”, salienta.

Efeitos do câmbio e do exterior
O avanço do IGP-M bem mais intenso que do IPCA guarda relação com o fato de ele ser mais abrangente e mostrar os preços do atacado de forma mais precisa. Além do varejo, um forte balizador das despesas das famílias, o indicador também leva em conta os preços da produção industrial e agrícola e da construção civil.