Indústria fecha primeiros oito meses do ano com crescimento de 1,5%

2015-04-10_190211
Volnei Benini, presidente da Movergs

A produção industrial brasileira encerrou o mês de agosto com crescimento de 1,5% de janeiro a agosto. No entanto, a queda foi de 0,8% em comparação a julho. Esta queda interrompe quatro meses consecutivos de expansão na produção, período em que a indústria acumulou crescimento de 3,3%.
Os dados relativos à Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil foram divulgados na última terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa acumulada nos últimos 12 meses, no entanto, contínua negativa e fechou agosto em -0,1%, prosseguindo com a redução no ritmo de queda iniciada em junho de 2016, quando o setor fechou com queda de -9,7%.
Na análise do comportamento da indústria em 2017, o crescimento de 1,5% verificado até agosto, frente a igual período do ano anterior, mostrou resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas, 15 dos 26 ramos, 45 dos 79 grupos e 52,4% dos 805 produtos pesquisados.

Movergs aposta em crescimento gradual e efetivo
A Associação das Indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul (Movergs) analisa o ano de 2017 como de retomada gradual da economia e de crescimento efetivo, porém moderado, principalmente nos últimos meses. “O posicionamento da indústria tem sido de cautela devido as dificuldades que o segmento tem enfrentado nos últimos anos, porém os indicadores do setor nos permitem projetar a retomada do crescimento”, avalia o presidente Volnei Benini.
Ele acrescenta que as perspectivas são positivas tanto para o volume do comércio (aceleração do crescimento projetado para 3,8%) como para os preços das commodities (variação positiva de dois índices, pela primeira vez desde 2013). Assim, em 2018, se o cenário básico do Fundo Monetário Internacional (FMI) se confirmar, a evolução da economia global favorecerá a economia brasileira e deve contribuir para o início da superação da crise atual.
Benini toma por análise o FMI e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para justificar o desempenho modesto das economias avançadas nos últimos anos. O primeiro item é a crise financeira global, que depois de oito anos continua impactante negativamente. Em segundo, o baixo crescimento da produtividade após a crise, cujas causas continuam incertas. Em terceiro, as tendências demográficas desfavoráveis nas economias avançadas associadas às baixas taxas de natalidade e ao envelhecimento da população, com repercussões negativas sobre s sistemas públicos de aposentadoria e saúde.
Por último, a desaceleração e as mudanças no perfil de crescimento da China, que resulta numa menor demanda pelas exportações de bens manufaturados das economias avançadas e da Ásia emergente. “Além disso, o desempenho da China tem afetado também as economias emergentes através dos investimentos no capital financeiro”, finaliza.