Governo reduz estimativa de crescimento do PIB para este ano

2015-04-10_190211
Presidente do CIC-BG, Elton Gialdi, avalia que Bento ainda sente a crise e que falta de confiança no cenário nacional influencia consumidores e empresários

O governo federal modificou a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, para 2,5%, em 2018. A projeção está no Relatório de Despesas e Receitas  do segundo bimestre (março e abril), apresentado na última terça-feira (22). Nos dois primeiros meses do ano, a expectativa
de crescimento da economia  era de 3%. Com isso, o valor do PIB nominal estimado pelo governo é R$ 6,968 trilhões.
A redução na expectativa do PIB deste ano foi atribuída a uma queda no consumo de serviços no primeiro trimestre,
que fechou o período abaixo da projeção inicial. Já a previsão de crescimento da economia para 2019 foi reajustada para cima, passando de 3% para 3,3%.

Bento Gonçalves
De acordo com o empresário e presidente do Centro de Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG),
Elton Gialdi, o município tem a economia fortalecida, diversificada, mas ainda sente a crise “que não foi totalmente embora. Estamos demorando mais para sair desta crise”, avalia. “Existem números que indicam uma melhora, mas o país enfrenta uma crise de confiança, temos um cenário político de instabilidade no Brasil, que afeta a economia. Por isso, a população não fica confiante de fazer investimento a médio e longo prazo”, explica Gialdi.
Essa falta de confiança na situação nacional, segundo ele, afeta tanto os empresários quando os consumidores em geral, os quais não se sentem seguros para fazer circular valores por temerem perda de emprego.

Futuro
O empresário alerta que o fundamental para a retomada da economia é a melhoria na quantidade de empregos. “A taxa de desemprego está muito alta ainda, não tem como ter uma retomada tranquila se esta taxa não cair consideravelmente. Estamos comemorando 115 mil vagas como se fosse um 7×1. Está muito tímida esta retomada”,
comenta o presidente do CIC-BG. “Eu acredito em uma retomada mais adequada em 2020 e 2021. O próximo ano será ainda de muito ajuste e o novo governo assumirá uma casa onde terá que fazer uma série de empregos. As
indústrias de Bento Gonçalves dependem da economia nacional”, estima Gialdi.

CIC-BG promoveu palestras com presidenciável e senadora
Nas duas últimas semanas, o CIC-BG recebeu o pré-candidato à presidência, Flavio Rocha, e a senadora Ana Amélia Lemos, respectivamente. Para Gialdi, é uma iniciativa de manter a população e empresários sempre atentos à política. “A intenção é trazer mais presidenciáveis. Isso é fundamental para se ter uma ideia do que eles pensam e sugerem. E conhecermos quais são as ideias das pessoas que estão se candidatando ao comando máximo do nosso país”, finaliza.

Indústria investe mais pela primeira vez desde 2014
Em queda desde 2014, os investimentos da indústria brasileira voltaram a crescer em 2017, e a previsão é que a trajetória positiva continue em 2018, de acordo com uma pesquisa divulgada nesta semana pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o levantamento, 76% das empresas fizeram algum tipo de investimento
durante o ano passado, o maior percentual desde 2015. Além disso, 81% das grandes indústrias afirmaram que pretendem fazer algum tipo de incremento em 2018 – o maior percentual desde 2014.
Máquinas e equipamentos foram a principal aquisição dos industriais em 2017, seguida da compra de novas tecnologias. A preocupação com a concorrência, voltada sobretudo para o reaquecimento do mercado interno, levou os empresários, segundo a CNI, a privilegiar a inovação de processos e produtos.Ainda sob reflexo da crise, apenas 22% das empresas investiram no aumento da capacidade de produção.
A CNI observa que a recente valorização do dólar, contida pelo Banco Central esta semana, e, sobretudo, as incertezas sobre as eleições podem alterar os planos otimistas dos empresários.