França bane uso de glifosato

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Através de um comunicado de seu porta-voz, o governo francês anunciou a proibição de todos os usos do glifosato até 2022, inclusive o uso agrícola. “O primeiro-ministro Edouard Philippe decidiu que este produto será proibido na França, assim como todos os que se pareçam com ele e que ameaçam a saúde dos franceses, para quando terminar o quinquênio”, disse o porta-voz Christophe Castaner.
O governo francês avalia que a produção agrícola encontrará substituição para o produto. O Ministério da Agricultura e Transição Ecológica teve uma meta fixada para o fim do uso do pesticida até o fim do ano. Desde Janeiro, a fumigação com glifosato de espaços abertos ao público está proibida na França. A proibição agora se estende a produtores privados. A França se opõe à decisão da União Europeia de autorizar o uso do glifosato temporariamente por 10 anos por considerar o período muito longo.
O glifosato (N-fosfonometil-glicina) é um herbicida de amplo espectro, aplicado após a planta ter emergido do solo (pos-emergente), de ação não-seletiva, ativo através de translocação na planta. Glifosato tem baixa toxicidade para mamíferos que não inibe a enzima acetilcolinesterase. Os solventes usados em formulações comerciais podem alterar as propriedades toxicológicas. É registrado em mais de 100 paises. O glifosato também pode ser vendido em combinação com outros herbicidas.

Brasil
O glifosato é disparado um dos herbicidas mais usados no Brasil e muito tem se discutido sobre a proibição no país. O Brasil também é campeão mundial no uso de agrotóxicos, posto, até a década passada, ocupado pelos EUA.
“O glifosato, herbicida mais vendido no Brasil, e causador de câncer é 5 mil vezes maior na água potável por aqui do que na União Européia. Inclusive em algumas praças e parques públicos, ele é utilizado para capinar. Há muitas prefeituras utilizando também à beira da estrada. Por que é seguro aqui e não é lá fora? 30% dos agrotóxicos que são usados no Brasil são proibidos na União Européia”, alerta a professora de Geografia Agrária da USP, Larissa Bombardi, sobre a permissividade brasileira em relação a outros países.