Estudo aponta que metabolismo não começa a cair na meia-idade

2015-04-10_190211

Ele atinge seu pico com um ano de idade, fica estável dos 20 aos 60 anos

A chegada da meia-idade não pode ser atribuída ao declínio do metabolismo, de acordo com um estudo sem precedentes sobre o uso de energia pelo corpo, realizado com 6.400 pessoas, de oito dias de idade até 95 anos, feito em 29 países. A pesquisa sugere que o metabolismo permanece “sólido como uma rocha” durante a meia-idade.
Ele atinge seu pico com um ano de idade, fica estável dos 20 aos 60 anos e então declina inevitavelmente. Os pesquisadores dizem que os resultados trazem novas e surpreendentes descobertas sobre o corpo.
O metabolismo é cada gota de química necessária para manter nosso corpo funcionando. E quanto maior o corpo — seja em termos de músculos desenvolvidos ou muita gordura abdominal — mais energia será necessária para movimentá-lo.
O estudo, publicado na revista Science, encontrou quatro fases da vida metabólica: do nascimento até 1 ano, quando o metabolismo sai do mesmo nível da mãe e atinge o ponto mais alto de toda a vida, 50% acima da população adulta; uma desaceleração suave ocorre até os 20 anos de idade, sem nenhum aumento durante todas as mudanças da puberdade; nenhuma mudança dos 20 aos 60 anos; um declínio permanente, com quedas anuais que, por volta dos 90 anos, deixa o metabolismo 26% abaixo do da meia-idade
Outras surpresas vieram também do que o estudo não encontrou. Não houve aumento metabólico durante a puberdade ou gravidez e nenhuma desaceleração perto da menopausa. O alto metabolismo nos primeiros anos de vida também enfatiza o quão importante é esse momento no desenvolvimento humano e por que a desnutrição infantil pode ter consequências ao longo da vida.
Os pesquisadores afirmam que a compreensão completa das mudanças no metabolismo pode ter impactos na medicina. Isso pode ajudar a revelar se os cânceres se espalham de maneira diferente conforme o metabolismo muda e se as doses de medicamentos devem ser ajustadas durante as diferentes fases.
O professor Tom Sanders, do King’s College London, no Reino Unido, disse que foram encontradas poucas diferenças no gasto total de energia entre o início da vida adulta e a meia-idade — um período em que a maioria dos adultos nos países desenvolvidos ganha peso. “Essas descobertas podem sustentar a ideia de que a epidemia de obesidade é resultado do excesso de ingestão de energia alimentar, e não por um declínio no gasto de energia”, afirma.