Estudo aponta que as mulheres foram as mais prejudicadas pela pandemia

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Aumenta a diferença salarial entre homens e mulheres no RS

A pandemia do novo coronavírus afetou de forma especial as mulheres no Rio Grande do Sul. A redução acentuada na participação na força de trabalho, somada à queda nos rendimentos na comparação com os homens, à maior exposição às situações de violência e dificuldade de acesso aos canais para denúncias e buscas por ajuda são alguns dos pontos em destaque do estudo “Igualdade de gênero: observações iniciais sobre os efeitos da pandemia”, divulgado nesta terça-feira (30) pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).

O documento sobre igualdade de gênero é produzido desde 2019 e foi elaborado pelas pesquisadoras Mariana Lisboa Pessoa e Daiane Menezes, do Departamento de Economia e Estatística (DEE/SPGG). O estudo mostra a evolução dos indicadores do Rio Grande do Sul na busca pelo cumprimento de um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), que trata da promoção da igualdade de gênero como forma de reduzir as desigualdades sociais.

Mercado de trabalho e rendimentos
No ano passado, no Rio Grande do Sul as mulheres tinham um rendimento salarial 27,4% menor do que o dos homens, a maior diferença do período analisado – de 2015 a 2020. Quanto ao rendimento por hora, o ganho das mulheres passou a representar 82% do recebido pelos homens, contra 85% em 2019.
O ano de 2020 marcou ainda a menor presença das mulheres na Taxa de Participação na Força de Trabalho, no período analisado, com percentual de 51,7%, contra 56,4% em 2019 e 60,2% em 2015.
O movimento de baixa iniciou-se a partir do segundo trimestre, com a acentuação das medidas restritivas para combate ao coronavírus, que levaram mais mulheres a abandonar o mercado de trabalho para cuidar de crianças e idosos.
O documento mostra ainda que a média mensal de horas dedicadas às atividades de cuidados de pessoas ou afazeres de casa foi de 20 horas para mulheres do Rio Grande do Sul em 2019, contra 11,5 horas para os homens.

Violência contra a mulher
O número de denúncias de violência contra a mulher feitas por meio dos canais Disque 100, Ligue 180 e aplicativo Direitos Humanos Brasil chegou a 6.299 no Rio Grande do Sul no primeiro semestre de 2020, o quinto maior número do país, segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. O tipo de violência mais denunciada no Estado no período foi a psicológica (32%), seguida da física (29%).
O estudo destaca também o impacto do isolamento social na redução do registro de ocorrências de violência contra a mulher, especialmente a partir do segundo trimestre do ano, em função da necessidade de denúncia presencial para a maior parte delas.

Mulheres na vida política
As eleições de 2020 indicaram um aumento no número de mulheres concorrendo para os cargos em disputa. As mulheres representam 52,5% do eleitorado no Rio Grande do Sul e obtiveram uma participação de 17,5% entre as eleitas
A pesquisa completa pode ser acessada no link: https://www.estado.rs.gov.br/upload/arquivos//caderno-ods-5-genero-mar-2021.pdf