Escolas estaduais paralisam em protesto por 41 meses de parcelamentos/atrasos

2015-04-10_190211

O Sindicato dos Professores do RS – CPERS, confirmou a paralisação de todas as escolas estaduais na quinta-feira (2), após o Governo do Estado divulgar o calendário do 41° mês de salários parcelados ou atrasados.
De acordo com deliberação da Assembleia Geral do Sindicato, as escolas devem paralisar no primeiro dia útil de cada mês em que os salários não sejam integralizados.
Os educadores do Estado, no mês de abril completaram o alarmante número de 41 salários parcelados, além disso, há quatro anos não recebem reajuste salarial e nem ao menos reposição da inflação, há três anos o décimo terceiro é parcelado e ainda tiverem o cancelamento das progressões de carreira.
Na tarde da segunda-feira, 30 de abril, uma comitiva do CPERS esteve com o Governador Eduardo Leite em agenda no Centro Administrativo Fernando Ferrari, em Porto Alegre, onde foi discutida a pauta de reivindicações da categoria.
Durante a reunião que durou cerca de duas horas, Eduardo Leite pontuou que: “O foco do governo está em conseguir equilíbrio para voltar a pagar os salários dos servidores em dia. Acreditamos fortemente que isso será feito até o final do ano. Esse é o nosso principal compromisso para este ano.”.
A Presidente da entidade, Helenir Aguiar Schürer se pronunciou acerca da audiência: “Colocamos a nossa pauta e o governo falou de suas dificuldades, mas em nenhum momento disse que não há alternativa. Abrimos a possibilidade de avançar e saímos com uma próxima reunião marcada. Em uma negociação, é fundamental não fechar a porta. Temos que lembrar que saímos de um governo que passou quatro anos sem diálogo”.
Durante a reunião, a Presidente entregou cópia de seu contracheque ao governador e disse: “tenho 30 anos de magistério, governador. Lhe pergunto: 28,78% é muito em cima disso? Não queremos trabalhar com outra coisa. Queremos trabalhar com tranquilidade, pois amamos o que fazemos. Se fosse por dinheiro, fazer faxina seria melhor.”. O contracheque de Helenir demonstra o salário líquido de R$ 1.276,63.
A pauta de reivindicações da categoria inclui tem como principais pontos a reposição emergencial de 28,78% e concurso público para professores e funcionários.
De acordo com a Presidente do CPERS do 12° núcleo, Juçara de Fátima Borges, a paralisação em Bento Gonçalves foi aderida de forma excelente, a Presidente pontuou sobre a luta da categoria e a necessidade de aprovação dos direitos pretendidos.
Juçara Borges enfatiza: “Nós estamos pagando para trabalhar, tem funcionários e professores que não tem o dinheiro do ônibus para vir ás escolas, nós lutamos por respeito a dignidade dos professores, essa realidade que estamos vivendo a mais de quatro anos está massacrando e desvalorizando a nossa categoria”.
A presidente ainda afirma que os professores lutam também por uma escola pública de qualidade, que os repasses ás escolas estaduais atrasam, que faltam professores e funcionários.
Para Juçara, em virtude desse cenário, se faz necessário a realização de novos concursos públicos conforme solicitado na pauta de reivindicações ou que ao menos os contratos possuam prazo aberto para o seu final, pois o que acontece todos os inícios de ano letivo é que os alunos ficam meses sem professores.
Houve encontro na sede do CPERS da 12° região – Bento Gonçalves, na quinta-feira (2), com os professores e funcionários que aderiram à paralisação para discussões das pautas e assuntos relativos ao tema.

Presidente do CPERS entrega cópia de seu contra cheque ao governador Eduardo Leite

Confira a lista das escolas Estaduais do Município de acordo com os posicionamentos em relação a paralisação.

 

Aderiram à paralisação

E. E. de Ensino Médio Mestre Santa Bárbara;
E.E. de Ensino Fundamental Comendador Carlos Dreher Neto;
Colégio Estadual Dona Isabel;
Colégio Estadual Landell de Moura;
E.E. de Ensino Médio Imaculada Conceição;
E.E. de Ensino Fundamental General Bento Gonçalves da Silva;
E. E. de Ensino Fundamental Luiz Fornasier;
E.E. de Ensino Fundamental Nossa Senhora da Salette;
E.E. de Ensino Fundamental Professor Ângelo Chiamolera;
E.E. de Ensino Fundamental General Amaro Bittencourt.

 

Aderiram parcialmente à paralisação

Instituto Estadual de Educação Cecília Meireles – Os professores do jardim ao 5° ano aderiram a paralisação, do 6° ano ao ensino médio trabalharão normalmente;
E.E. de Ensino Fundamental Irmão Egídio Fabris – Irão aderir a paralisação somente o turno da tarde, o turno da manhã as aulas aconteceram normalmente;
E.E. de Ensino Fundamental Maria Goretti – Duas professoras aderiram, uma do turno da manhã e outra do turno da tarde;
E.E. de Ensino Fundamental São Valentim – Somente alguns professores aderiram a paralisação;

 

Não aderiram à paralisação

Colégio Estadual Visconde de Bom Retiro;
E.E. de Ensino Médio Professor José Pansera;
E.E. de Ensino Fundamental Anselmo Luigi Piccoli;
E.E. de Ensino Fundamental Ângelo Salton;
E.E. de Ensino Fundamental Pedro Vicente da Rosa;
E.E. de Ensino Fundamental José Farina;
E.E. de Ensino Fundamental São Pedro;

 

Professores que aderiram á paralisação em Bento Gonçalves