Delegado alerta população sobre práticas de agiotas

2015-04-10_190211

Arthur Reguse afirma que ação de agiotas pode ser considerada criminosa

Emprestar dinheiro para quem está com o nome sujo pode virar prática ilegal. É o que propõe o texto do novo Código de Defesa do Consumidor (CDC), que tem recebido o apoio da Secretaria de Defesa do Consumidor, do Ministério Público e de entidades como a Febraban, federação que representa os bancos.
O delegado da Polícia Civil, Arthur Reguse, alerta que a ação de agiotas (quem empresta dinheiro fora do mercado de crédito legítimo) pode ser considerada criminosa. “Se ele está operando o fornecimento de crédito sem ter autorização e regulamentação, pode ser que esteja cometendo um crime contra o sistema financeiro nacional”, alerta.
A ação de agiotas têm aumentado nos últimos anos. Na visão de Reguse, com o cenário de crise econômica, as pessoas começaram a solicitar ajuda pedindo dinheiro emprestado. “Com esses últimos anos de crise econômica, têm aumentado o número de pessoas que buscam dinheiro a prazo, e automaticamente isso se leva um aumento desse tipo de situação. Essa ação é realizada também por empresas não cadastrada que está emprestando dinheiro a juros, sem ter a autorização devida e o cadastro”, explica.
Ainda de acordo com o delegado, a orientação (para evitar ser vítima de agiotas) é que as pessoas que necessitam dinheiro emprestado, busquem empresas sérias e conhecidas.
“Para a pessoa que vai buscar esse tipo de empréstimo, o ideal é que busque uma instituição financeira conhecida e que seja regulamentada. Se vai fazer um empréstimo de 50 mil, a pessoa tem que saber quanto que terá que pagar em dois anos, e calcular se vale a pena contrair o empréstimo ou não”, orienta.

Como funciona a agiotagem?
Em comparação com o mercado financeiro formal, a princípio não é questão burocrática a ser superada, como ocorre na aquisição de crédito através das empresas financeiras regulares. Desse modo, não é preciso comprovar renda nem consulta ao crédito é realizada. Há casos em que fica firmado apenas um acordo verbal. O que faz com que a situação fique estremecida são as garantias exigidas, que podem variar indo desde a simples obtenção de nomes e telefones como referências, chegando até aos bens materiais, tais como: joias, automóveis, imóveis.

Prática de extorsão
Quando a situação chega nesse nível, é porque o endividamento se tornou descontrolado. O agiota passa a agir por meio da força. Desse modo, é muito comum que as seguintes ações possam fazer parte da vida do endividado, tais como: intimidações, ameaças, ardil.
Há situações em que até mesmo a vida não apenas de quem tomou o empréstimo, como também a de seus familiares corram sérios riscos.

Evite os agiotas
Não importa qual seja o resultado final. Quem sai perdendo é sempre aquele que recorreu ao agiota, pois mesmo que a dívida seja paga, sem que ações violentas tenham sido realizadas, o dinheiro dispendido para zerar a dívida é extremamente elevado, nos casos menos graves, porém de grande perda financeira.