Crise leva viajantes a optarem por destinos nacionais em baixas temporadas

2015-04-10_190211
Embarques em dias e horários com menor demanda podem garantir uma economia significativa.

Aqui em Bento, a procura por roteiros ou pacotes de viagens nacionais durante os meses menos procurados pelos turistas aumentou. Opção pode garantir economia de até 40%

A economia brasileira vem dando os primeiros sinais de recuperação, e com isso, é esperada uma retomada do mercado turístico, que também sofreu com a crise que se instalou no país nos últimos anos. Com menos dinheiro no bolso, muitas famílias adiaram viagens de férias ou adaptaram os planos para locais mais próximos de casa. Esse panorama fez com que a procura por destinos nacionais nas baixas temporadas venha aumentando, e a prática, sem dúvida, pode significar uma economia e tanto para o viajante.
Esse quadro também é apontado pela agente de viagens Andréa Ferreira, da De Paris Agência de Viagens. Ela cita a crise e a grande desvalorização da nossa moeda como propulsores para que muitas famílias deixassem de investir em viagens para o exterior e optassem por destinos nacionais – e fora da alta temporada. “Começaram a viajar mais pelo Brasil, e até mesmo para destinos antes poucos explorados ou mais próximos de onde residem. Assim, conseguem manter as viagens de lazer dentro do orçamento familiar”, avalia.
O fato é que essa melhora que se anuncia no cenário econômico deve impulsionar a demanda no setor turístico, e claro, alta nos preços durante os períodos mais visados – principalmente épocas como final de ano e carnaval. Assim, vale buscar alternativas para garantir a tão sonhada viagem a preços bem mais convidativos. De acordo com Andréa, a crescente procura por destinos nacionais também faz as tarifas subirem, levando as pessoas a procurarem opções diferenciadas, como a baixa temporada
Ela aponta o crescimento na solicitação por esses pacotes, e também nos pedidos de orçamentos fazendo comparativos entre a alta e baixa temporada. E afirma. “As famílias acabam optando pelas férias fora das principais datas, e mesmo quando têm crianças em idade escolar, adaptam o tempo de permanência, para evitar problemas com faltas na escola sem cancelar o passeio”.
Esse panorama se alinha com a informação da presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (BRAZTOA), Magda Nassar. Ela destaca que esse quadro vai tornar a baixa temporada ainda mais atraente e afirma que nesses casos, a economia (no comparativo com a alta temporada) pode chegar a 40%.
Mas vale ressaltar que o que mais faz diferença na conta é o preço das passagens aéreas. De acordo com presidente da BRAZTOA, quando a procura por voos para determinados destinos diminui, as companhias cedem e oferecem tarifas mais atraentes para fisgar passageiros. “Os preços dos passeios e da hospedagem diminuem pouco”, explica. Andréa ratifica essa informação e garante que hoje em dia, os agentes de viagens podem ajudar seus clientes a conseguirem passagens com um valor até 70% mais baixo”.
Para quem pretende realizar a busca sozinho, vale procurar passagens em dias e horários com menor demanda e ofertas- relâmpago na internet – sem dúvida, uma grande aliada. Muitos portais fazem comparativos em relação aos valores das passagens, mas também é possível seguir empresas em redes sociais, para ficar a par de valores promocionais.

Mudança de planos para garantir a viagem de férias
Para a funcionária pública Maria de Lourdes U., de 52 anos, viajar na baixa temporada foi a maneira que ela encontrou para garantir férias que não pesem no bolso. Segundo ela, a parte mais complicada foi coordenar as férias do trabalho com o período em questão, mas garante que o esforço vale a pena. “A diferença de custo é grande. No ano passado, mudei os planos para não cancelar as nossas férias e esse ano, resolvemos repetir a dose”, afirma.
Ela explica. “Além da economia, tem também outra questão: o movimento é menor na baixa temporada, e isso nos dá mais tranquilidade para aproveitar a viagem – principalmente no caso de visitas aos pontos turísticos muito procurados”. Ela garante que a economia já possibilitou uma segunda viagem no ano – não prevista – e que a experiência valeu tanto a pena, que pretende adotar a prática daqui para frente.
Para Dione S. a situação é praticamente a mesma. A artesã de 44 anos – que tem uma filha na pré-escola – também consegue programar suas viagens para os períodos menos visados e afirma que é a melhor escolha. “Já faço isso há alguns anos, desde que minha filha nasceu – principalmente pela economia. Viajamos nós duas, e com criança, a despesa é sempre maior – não na hospedagem, claro, mas nas necessidades durante o trajeto. E o dinheiro poupado nas passagens aéreas mais em conta acaba permitindo que gente aproveite melhor, e gaste um pouquinho em outros pequenos prazeres”, avalia.