Consumo de orgânicos cresceu de 2017 a 2019 no país, aponta pesquisa

2015-04-10_190211

Pesquisa do Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis) apontou que 19% da população consumem alimentos orgânicos no país, um crescimento ante 2017, quando o patamar estava em 17%. Além disso, 35% dos entrevistados disseram ter consumido algum produto orgânico nos últimos seis meses. Foram consultadas 1.027 pessoas em todo o país. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
O maior índice de consumo de orgânicos é na região Sul (23%). O menor índice é no Norte (14%). Os produtos orgânicos mais consumidos são frutas – 25% dos que disseram consumir orgânicos -, verduras (24%), legumes (16%), tomate (15%) e hortaliças (8%). Em 2017, o produto orgânico mais consumido era a alface (33%).
Dos 19% que consumem orgânicos atualmente no país, 84% o fazem por preocupação com a saúde, 30% pelas características do produto, 9% por preocupação com o ambiente e 9% por curiosidade.
Em média, o consumo de orgânicos ocorre três vezes por semana, mas 36% disseram consumir esse produtos mais de cinco vezes por semana.
O local de consumo preferencial dos orgânicos é nas feiras (87%), seguidas por supermercados (61%) e outros tipos de comércio (17%).
O reconhecimento de um alimento como orgânico se dá majoritariamente por informações na embalagem (71%). O selo orgânico é usado para identificar produtos do tipo por apenas 3% dos consumidores — em 2017, esse percentual era de 8%. Ainda assim, metade dos entrevistados disse saber da existência do selo para certificar que um produto é orgânico e 90% afirmou saber que é obrigatório.
Dos entrevistados que compram produtos orgânicos, 65% disseram que não consomem em maior quantidade por causa do preço, 27% por dificuldade de encontrá-los e 6% por falta de costume.
Ainda assim, 67% disseram estar dispostos ou muito dispostos a aumentar o consumo de orgânicos e 15% afirmaram estar pouco ou nada dispostos.

Perfil do consumidor de orgânicos

A escolha dos brasileiros pelos orgânicos é justificada com mais força pela questão da saúde, principalmente por pessoas com 55 anos ou mais.
Segundo pesquisa, o percentual de consumo de produtos orgânicos no Brasil é de 15%. O Sul e o Centro Oeste foram as regiões apontadas como maiores consumidoras de orgânicos no país e o Sudeste apresentou o menor percentual de consumo, 10%. Os dados são de 2017, quando foi divulgada a única pesquisa feita sobre a percepção do consumo de orgânicos no Brasil.
De acordo com o estudo, as verduras lideram entre os alimentos orgânicos mais consumidos no país, com destaque para alface, rúcula e brócolis. Em seguida, os consumidores também preferem opções orgânicas de legumes, frutas (como banana e maçã) e cereais, como o arroz.
Mais de 60% compram os produtos orgânicos em supermercados, 26% preferem ir às feiras, 4% buscam em lojas de produtos naturais e 3% compram diretamente do produtor rural. Cerca de 40% apontaram que os preços representam a principal barreira para o baixo acesso aos orgânicos e 84% manifestaram intenção de aumentar o consumo de orgânicos.
A pesquisa da também mostra que a população de menor renda e com pouca escolaridade é a que menos consome orgânicos. Apenas 9% dos que pertencem às classes de menor poder aquisitivo e 8% dos que possuem ensino fundamental incompleto tendem a consumir os produtos orgânicos, enquanto que a média nacional é de 15%.
Sobre a procedência dos produtos, apenas 8% dos consumidores baseiam sua decisão de escolha a partir da identificação no rótulos do selo orgânico federal, concedido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aos produtores que atendem os requisitos da legislação.
“Eu acho que a pesquisa da Organis trouxe um olhar muito interessante sobre a relação do consumidor com o produto. É uma percepção que ainda cabe para avaliarmos nossas políticas e a nossa abordagem”, comenta Virgínia Lira, coordenadora de Produção Orgânica do Mapa.
Em outra pesquisa feita há quatro anos pelo Data Popular sobre as principais demandas dos brasileiros ao Ministério da Agricultura, os consumidores relatam que enfrentam dificuldades para encontrar orgânicos e ter acesso a esses alimentos a um preço mais em baixo.
Apesar da demonstração de interesse unânime pelos alimentos, na pesquisa os consumidores também destacaram que querem mais informações sobre a procedência dos produtos e garantias de que são, de fato, orgânicos. E defendem que deveria haver mais ações de promoção aos orgânicos.

Moradores do Sul são os que mais consomem orgânicos

Para 84% das pessoas, a saúde é a principal motivação para investir em produtos orgânicos.
Cerca de 19% dos brasileiros consumiram algum item orgânico entre maio e junho deste ano. Por região, a maior parte (23%) habita o Sul do país. Os dados são do Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis).
O Organis divulgou, em setembro de 2019, os dados da 2ª Pesquisa do Perfil do Consumidor de Orgânicos. As informações são comparadas à primeira pesquisa realizada em 2017.
A região Sul é seguida pelo Nordeste com 20% dos consumidores de produtos orgânicos. Em terceiro lugar está o Sudeste (19%) e em quarto o Centro-oeste com 17%. O último lugar foi para a região Norte com 14%. A pesquisa entrevistou 1.027 pessoas.
“Podemos dizer que a compra de produtos orgânicos está bastante relacionada a compra de produtos frescos, pois a maioria dos produtos mencionados espontaneamente são produtos ‘FLV’, frutas, legumes e verduras”, afirma a Organis. Essa questão corrobora com o fato de que o público (87%) apontou a feira como local preferido para comprar seus produtos orgânicos.
Para 84% das pessoas, a saúde é a principal motivação dos compradores de produtos orgânicos. O meio ambiente surgiu em somente 9% dos casos.
Dentre as razões para não consumirem mais orgânicos, o preço continua sendo o maior empecilho – apontado por 65% dos entrevistados. Questionados sobre os itens orgânicos não alimentícios, os produtos de higiene pessoal foram os mais citados.