Conselho de supervisão do Facebook analisa primeiros casos de remoção de conteúdo

2015-04-10_190211

Comitê independente poderá anular as decisões da empresa envolvendo remoção de certos conteúdos das plataformas online do grupo. O conselho de supervisão inde

A alteração aconteceu depois que uma influenciadora digital plus size do Reino Unido, Nyome Nicholas-Williams, iniciou um protesto afirmando que suas fotos eram derrubadas, enquanto o mesmo não acontecia com publicações parecidas de mulheres magras.

pendente do Facebook anunciou na terça-feira (1) os primeiros seis casos em que poderá anular as decisões da empresa envolvendo remoção de certos conteúdos das plataformas online do grupo. Um deles é de uma conta brasileira do Instagram que mostrou mamilos em uma publicação.
O comitê, que o Facebook anunciou em maio deste ano, em resposta às críticas sobre a maneira como modera conteúdo, disse que recebeu 20 mil casos desde que foi lançado, em outubro. Os seis casos escolhido s são:
Fotos do Instagram mostrando mamilos femininos que uma usuária no Brasil disse terem como objetivo aumentar a conscientização sobre os sintomas do câncer de mama. Esse post foi removido por engano e voltou ao ar, mas mesmo assim será analisado, segundo o Facebook.
Uma captura de tela de publicações no Twitter do ex-primeiro-ministro da Malásia, Mahathir Mohamad, afirmando que os muçulmanos têm o direito de perpetrar violência contra os franceses “pelos massacres do passado”.
Uma publicação com a foto de uma criança morta que incluía comentários sobre o tratamento dado aos muçulmanos uigures pela China.
Uma publicação que pretendia mostrar fotos históricas de igrejas em Baku, no Azerbaijão, com uma legenda que o Facebook disse que indicava “desdém” pelo povo do país e apoio à Armênia.
Uma suposta citação do ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels.
O único caso escolhido que foi enviado pelo Facebook, em vez de por um usuário, foi uma publicação em um grupo que afirmava que certas drogas poderiam curar a Covid-19 e que criticava a resposta do governo francês à pandemia.
O conselho abriu um período de uma semana para comentários públicos sobre estes primeiros casos. Os casos serão analisados por painéis de cinco membros.
Três dos seis casos envolvem conteúdo removido pelo Facebook por quebrar regras de discurso de ódio. Um porta-voz do Oversight Board, como é conhecido o conselho, disse que os casos de discurso de ódio tiveram “proporção mais significativa” dos casos recebidos.
“O discurso de ódio é uma área especialmente difícil”, disse Jamal Greene, um dos co-presidentes do conselho e professor da Escola de Direito da Universidade de Columbia, em entrevista à Reuters. “Não é tão fácil … para um algoritmo entender o contexto de tal discurso.”

Regras sobre
imagens de seios
Em outubro último, o Instagram atualizou sua política sobre exibição parcial de seios, afirmando que não vai mais remover imagens de seios femininos nus caso a pessoa esteja “abraçando, acariciando ou segurando seus seios.
A alteração aconteceu depois que uma influenciadora digital plus size do Reino Unido, Nyome Nicholas-Williams, iniciou um protesto afirmando que suas fotos eram derrubadas, enquanto o mesmo não acontecia com publicações parecidas de mulheres magras.
Um abaixo-assinado promovido por Nicholas-Williams reuniu mais de 22 mil assinaturas, e a hashtag #iwanttoseenyome (eu quero ver Nyome, em tradução livre do inglês) ganhou força nas redes sociais.