Concurso público: o sonho para quem busca estabilidade profissional na incerteza da crise financeira

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É importante ter um bom material de consulta. Os livros específicos para concurso são mais indicados do que os de faculdade, porque abordam a matéria de forma objetiva

A maior parcela da força de trabalho no serviço público está no Ministério da Educação, que dispõe de 291 mil servidores espalhados em administrações, universidades, institutos e fundações federais

Um dos principais objetivos de quem busca se consolidar financeiramente é alcançar o sucesso através de concursos públicos. Com a crise econômica assolando o país, é notório que parte dos estudantes sonhem com uma aprovação em concurso público. Mas, para transformar sonhos em projetos é preciso se preparar. Se um dos seus sonhos é terminar o ano de 2017 empregado, com segurança e bom salário, é importante começar a estudar. O que fazer, então, para que em um ano você tenha o que comemorar?
Antecipe-se
Não espere o edital ser publicado para começar a estudar, porque o tempo entre a publicação do edital e a prova é curto (em torno de dois meses) e muitas matérias precisam ser vistas. Além disso, muitos concorrentes já estão estudando.
Portanto, prepare-se com antecedência. Sorte é você estar pronto quando a oportunidade aparece.
Objetivo
Escolha a área de concursos que lhe interessa. É preciso ver o tipo de atividade, a faixa salarial e outros aspectos, para fazer uma escolha consciente.
Ferramentas
Procure um curso preparatório que se ajuste ao seu perfil. No curso presencial você vai se sentir mais apoiado, porque vai encontrar pessoas que vivem um projeto parecido. Já o curso pela internet ajuda a economizar tempo de deslocamento e funciona bem para quem tem horários irregulares de estudo, por conta de trabalho. Se forem de qualidade, os dois tipos de curso oferecem ótimo resultado e facilitam a compreensão das matérias. Como consequência, aceleram a sua aprovação.
Também é importante ter um bom material de consulta. Os livros específicos para concurso são mais indicados do que os de faculdade, porque abordam a matéria de forma objetiva e de acordo com o que vem sendo cobrado nos concursos. Observe se há exercícios didáticos sobre os tópicos abordados, porque são muito úteis durante o estudo.
É possível também fazer um curso presencial completo e alguns módulos de reforço pela internet ou o inverso. O mesmo se aplica aos materiais escolhidos.
O candidato deve conhecer o seu perfil para optar pelo modelo em que sinta maior rendimento. Seja ele qual for, o importante é que resulte em aprendizado efetivo.
Organização
Organize a sua rotina de vida para sobrar tempo para estudar, além de assistir às aulas. Um quadro de horários ajuda bastante.
Comece pelas matérias básicas da área que você escolheu e estude todas, de forma alternada, reservando tempo para cada uma a cada semana ou, se você tiver pouco tempo para estudar, a cada duas semanas.
Assim, você poderá participar de vários concursos, em vez de se preparar para somente um, e terá um patamar de conhecimento que facilitará a compreensão de outras matérias que virão depois.
Resistência
Projetos grandiosos como o de conquistar uma vaga no serviço público demoram algum tempo para serem concluídos. Dificuldades podem surgir no percurso. É natural enfrentar dúvidas nas matérias, falta de tempo, cobranças, falta de dinheiro, cansaço e medo. Todo candidato passa por isso. Mas é preciso buscar soluções ou contornar os obstáculos, e continuar estudando.
Ajustes
Se alguma reprovação acontecer, o candidato deve examinar as causas e fazer as correções necessárias na preparação ou na forma de fazer provas. E seguir. Até a aprovação.
Seja feliz
Muita gente acha que conquistar um objetivo terá como consequência encontrar a felicidade. Isso não acontece. É preciso aprender a ser feliz durante o caminho. Até porque isso é um excelente combustível para seguir adiante. Além disso, temos 365 dias pela frente para serem vividos.

10 dicas para concurseiros de primeira viagem
1- Escolha da carreira
Primeiro passo é escolher a carreira. Tenha em mente também o cargo que você deseja. De acordo com Sanchez o ideal é fugir de escolhas genéricas. “É mais do que escolher por carreiras policiais ou trabalhistas, por exemplo, mas apontar o cargo específico”, diz Sanchez.
Ou seja, além escolher estudar para os editais do TRT, escolha, por exemplo, prestar os concursos para analista. Segundo o professor da LFG, a escolha pode ser genérica dentro de limites claros. “Se por um acaso esse candidato der uma fugidinha para outro edital que seja o de técnico do TRT, mas jamais o de investigador de polícia porque o foco é determinante em concursos”, explica.
2- Tenha o hábito de manter-se bem informado
Várias carreiras públicas exigem que o candidato esteja a par dos acontecimentos atuais. Verifique em editais anteriores do concurso do qual vai participar se atualidades é uma disciplina cobrada.
“É interessante focar nos acontecimentos do ano anterior e do vigente e passar a visitar dois portais de notícias todos os dias”, diz Sanchez. Encontrou uma notícia nacional ou internacional importante e que está reverberando no momento? Faça um fichamento. Guias de atualidades também são bastante úteis para os concurseiros.
3- Faça um cronograma de estudos
Tendo o gênero e a espécie do concurso em mente, prepare o seu cronograma de estudos. Para isso, confira o número de disciplinas cobradas no último edital.
“Minha sugestão é que o candidato escolha duas disciplinas de estudo por dia, separando 2 horas na parte da manhã e duas horas na parte da noite, fora o período de aulas”, indica Sanchez.
Comece o estudo sempre pela matéria com a qual tem menos afinidade e só depois passe para a disciplina de que mais gosta. “No momento de maior cansaço, essa atitude trará motivação e jogará em seu favor”, explica.
4-Fuja de expectativas negativas sobre as disciplinas
Evite pensamentos do tipo: “odeio tal disciplina, não consigo entender” ou “nunca vou conseguir estudar aquela matéria”. “Isso é péssimo e não existe matéria que uma pessoa não possa aprender”, lembra Sanchez.
Em vez disso pense que o estudo destas disciplinas trará grande benção de conquistar a aprovação. “Programe o seu cérebro de modo positivo, pois isso sem dúvidas trará incomensuráveis benefícios”, diz Sanchez.
5- Estabeleça mecanismos de controle de ansiedade
Esforço para controlar a ansiedade é diário e, segundo Sanchez, falhar nesta tarefa é um dos principais motivos que levam concurseiros à desistência. Aposte no diálogo com familiares, pois muitas vezes há uma carga de pressão pesada em casa.
“Estude com constância até a abertura do edital, separando momentos de lazer, recreação e seguindo uma vida em que as provações não sejam exacerbadas”, diz Sanchez. Combinar estudo com uma vida social e familiar equilibradas vai ajudar o concurseiro a manter-se motivado.
O imediatismo é principal vilão nesse caso. O caminho até a aprovação pede persistência e constância. Ficar pulando de edital em edital, preparando-se nos meses finais até a prova não ajuda em nada.
6- Não se disperse navegando na internet
“Esse é mais um capítulo do tão necessário foco”, diz Sanchez. Na rede, o concurseiro encontra boas informações em chats, blogs, sites e mídias sociais, mas pode perder muito tempo de pesquisa.
“Tem muita coisa boa, mas há o risco de ficar passeando em fóruns, lendo elucubrações acerca do edital, encontra fases desanimadoras. Meu conselho é: menos pesquisa e mais estudo”, diz o professor.
7- Resolva provas anteriores
Elas vão dar ao concurseiro o peso de cada disciplina na seleção, além de deixa-lo familiarizado com estilo da banca responsável pela seleção. “As provas anteriores são importante para um mapeamento de quais são as matérias mais importantes a se estudar, pois são essas que devem ficar em primeiro plano”, diz Sanchez.
Mas, o concurseiro também deve estar preparado para possíveis mudanças entre um edital e outro. “Existem diferenças sobre a complexidade da prova e uma diminuição na pontuação entre um edital e outro não deve ser suficiente para atrapalhar os seus objetivos”, diz Sanchez.
8- Aulas
Frequentar cursos específicos para concurseiros é, de acordo com Sanchez, um bom corta caminho já que os professores dão o caminho das pedras aos candidatos. Por isso tire o melhor que a aula pode oferecer.
“Sempre é válido fazer anotações acerca não somente do conteúdo, mas das dicas dos professores no que concerne a estrutura da prova, edital, banca e, logicamente, da modulação de importância das diversas matérias a se estudar”, diz Sanchez.
9- Tenha critério na escolha do material de estudos
Não saia comprando livros e mais livros. “Valerá a pena fazer a aquisição do livro se ele puder se encaixar na sua agenda e cronograma semanal de estudos”, diz o professor.
Um monte de livros empilhados vão aumentar o curso da preparação sem ajudar muito na preparação, de acordo com Sanchez. Aposte em material apostilado e nas indicações dos professores. Na internet existe vasto conteúdo preparatório disponível gratuitamente.
10- Coragem e disciplina
“Prefiro a palavra coragem, pois os disciplinados são aqueles que mantiverem a coragem de estudar não para passar, mas até passar, por longa data se for necessário”, diz Sanchez.
Não importa o tempo que levará até a sonhada aprovação, o concurseiro deve seguir estudando aconteça o que acontecer. Para os momentos em que a coragem faltar, o professor dá um conselho: “feche os olhos e reflita para ouvir uma voz interna dizer: tente mais um pouco”.

A história por trás dos concursos públicos
Em 2002, havia, no país, o total de 883 mil servidores ativos da União, que atendiam a uma população de 180 milhões de brasileiros. Em junho de 2017, esse número passou para 656.298 servidores de repartições públicas prontos para servir a um total de 204 milhões de pessoas. 97,41% por cento dos funcionários eram civis que atuavam no Poder Executivo, 2,59% eram militares.
Em 1998, os servidores federais em atividade no Executivo contavam quase 713 mil, número que diminuiu para menos de 625 mil em 2017. Entre os aposentados em junho de 2017, 12 mil eram militares da reserva, 485 mil eram servidores inativos de autarquias, 224 mil da administração direta e 158.580 de fundações públicas. Além disso, o governo tinha em sua folha de pagamento o total de 244.875 pensionistas.
Outro dado relevante é que mais de 250 mil servidores civis ativos do Poder Executivo estão com idade superior a 50 anos, de modo que já têm tempo suficiente para aposentadoria pelas regras de transição da Emenda Constitucional n. 20. Portanto, das duas, uma: ou esses servidores estão em vias de se aposentar, ou optaram pelo abono, ou seja, completaram as condições para aposentação por tempo de contribuição, mas continuam trabalhando e recebendo abono de permanência no serviço público.
A maior parcela da força de trabalho no serviço público está no Ministério da Educação, que dispõe de 291 mil servidores espalhados em administrações, universidades, institutos e fundações federais. O Ministério da Saúde vem em segundo lugar, com 66,4 mil servidores ativos. No ranking, o terceiro órgão com mais servidores em atividade é o Ministério da Previdência Social, com 34,7 mil servidores em seus quadros.