Coluna – A autocompaixão é o segredo para o sucesso

2015-04-10_190211

Você acredita que o sucesso na vida é acompanhado de grandes cargas de exigência? Que a maior força motivadora da humanidade é a crítica? E que se você não cobrar o máximo de si não vai alcançar suas metas? Talvez a resposta dessas perguntas fosse mais chocante se eu já não tivesse entregado ela no título. A autocompaixão é o segredo para o sucesso na vida.

Todos nós utilizamos da crítica em algum momento da vida, principalmente direcionando ela a nós mesmo, ela aparece como uma tentativa de nos proteger de futuras críticas externas, é como se “prevíssemos” o que nos será dito.

O irônico disso é que tudo termina num ciclo no qual as críticas só aumentam e ao invés de nos ajudar a alcançar nossos objetivos, ela acaba apenas enfraquecendo nossas capacidades. Já percebeu como a autocrítica sempre está presente nos dias ruins?

Ao invés de julgar, comparar ou avaliar, podemos nos relacionar com nós mesmos com bondade e gentileza, porque a autocompaixão está disponível quando temos sucesso e também quando falhamos.

Eu precisei aprender autocompaixão na marra

Quando comecei a escrever para a internet descobri que esse monstrinho tinha uma voz bem alta na minha cabeça. Os textos se tornaram cada vez mais difíceis de escrever porque a autocrítica estava sempre me apontando como aquilo estava ruim.

Eu costumava ler o que havia escrito apenas no dia seguinte, que era quando a voz da crítica silenciava e eu conseguia analisar o texto racionalmente.

A autocompaixão foi a ponte que me libertou para o meu real potencial e eu quero te ajudar a derrubar os muros da autocrítica da mesma forma.

Um caminho que leva para dentro
Autocompaixão é tratarmos a nós mesmos da mesma forma que tratamos um amigo querido. Partimos da ideia de que não seriamos rudes ou extremamente críticos com alguém que gostamos, então agimos da mesma forma conosco.

Isso não significa deixar de fazer críticas, mas sim fazê-las com compaixão, porque uma crítica feita de forma correta se torna construtiva e não destrutiva.
Se você avalia que não deve dizer a um amigo “isso que você fez ficou horrível, você é um inútil e não faz nada direito” porque é algo ruim de se dizer a uma pessoa que gosta, porque não percebe como é ruim dizer isso a si mesmo(a)?

A autocompaixão pede por gentileza e aceitação quando um erro é cometido. Se você é capaz de compreender quando o outro falha que isso é natural da vida e dos aprendizados, você pode acolher os seus próprios erros dessa mesma forma também, afinal, a compaixão é para todos, inclusive para você. Quando começamos a ser mais compassivos com nós mesmos evitamos julgar nosso valor pessoal a partir dos nossos erros.

Encontrando um amigo interno escondido
Repreender a si mesmo produz estresse e faz com que o corpo e a mente trabalhem de forma diferente.
Enquanto a autocrítica anda de mãos dadas com o medo do fracasso, a autocompaixão nos conforta e acalma o sistema nervoso, e é apenas num ambiente interno de segurança, relaxamento e apoio que podemos crescer e aprender de verdade.

Enquanto a autocrítica pergunta: eu sou bom o suficiente? A autocompaixão pergunta: o que é bom para mim?

Autocompaixão é acolhimento
Quando as dificuldades aparecerem e a autocrítica dominar seus pensamentos, tente dizer a si mesmo(a): “estou aqui comigo. Sinto muito que esteja difícil nesse momento. Isso acontece com todo mundo. Eu me amo, e eu me amo mesmo que eu tenha falhado. Eu não quero me machucar. Eu mereço ser bondoso(a) comigo, não importa o que aconteça.” Ou diga a si mesmo(a) algo que conforte ou tranquilize.

Todos nós temos um diálogo interno e a forma como esse diálogo acontece influencia na forma como vivenciamos as situações. Busque por um diálogo interno saudável que se baseie em compreensão.
Lembre-se sempre que seu relacionamento mais longo é com você mesmo(a), de que forma você quer tratar essa pessoa que vai te acompanhar para sempre?