Cláusula de inclusão

2015-04-10_190211

Novamente voltamos ao 8 de março como o dia dos discursos dos que tratam as mulheres como diferentes o ano inteiro e, portanto, acreditam  que devam ser homenageadas por suas diferenças.

A esmagadora maioria prefere a prática do dividir as tarefas igualitariamente, do reconhecimento profissional por meritocracia, do ser ouvida realmente, entre tantos pontos
que definem a distância abissal entre dois gêneros.

As mulheres merecem e estão se movimentando para que os conceitos e prática do machismo (que é sentir-se superior) e feminismo (querer igualdade) não cheguem à próxima geração.

As mulheres consideradas “fortes” não aceitam mais ouvir que as pessoas têm medo dela porque  “fala que nem homem”. Falar como homem na opinião destas pessoas que se recusam a evoluir, tem o mesmo significado que ser assertiva; de falar com clareza para não deixar dúvidas; de cobrar o que foi  previamente combinado e não aceitar desculpas; é saber que pode ter opinião e expressá-la; é ter a certeza que sabe igual ou mais que seu interlocutor que usa braguilha; que tem formação, informação e experiência; que se banca sozinha; e que, apesar de fazer todo o trabalho pesado, é preterida a cargos nos clubes do bolinha de entidades, feiras, condomínios, empresas, rotarys, etc.

Os movimentos femininos como  #MeToo que uniram mais de 500 mil mulheres expondo o tamanho do abuso e do assédio no mundo, deflagrado pela denúncia ao conhecido produtor/abusador de Hollywood, ou o da recusa das atrizes em responder perguntas sobre suas roupas, mas sim sobre seus trabalhos, somam-se ao da  vencedora como melhor atriz do Oscar 2018, Frances McDormand, que cobrou para o mundo ouvir, que as mulheres querem ser parceiras nos negócios. Frances pontuou clara e objetivamente: “todas nós temos histórias para contar e projetos para financiar. Não falem conosco sobre isso nas festas esta noite. Nos convidem para seus escritórios daqui uns dias. Ou podem ir aos nossos. O que for melhor. E contaremos tudo sobre eles. Tenho três palavras para deixar com vocês esta noite, senhoras e senhores: cláusula de inclusão.”

Uma das reportagens que a Gazeta teve a felicidade de publicar, mostra que estas atitudes podem mudar a realidade: no dia 27 de fevereiro deste ano, quando reportamos que há cinco anos não há registro feminicídio na cidade, em razão do aumento de casos de registros e acompanhamentos.

A soma de todas as atitudes mudam uma realidade. Não podemos deixar que diferenças de gênero, credo, raça ou qualquer outra continuem a nos distanciar.


Que o dia 8 de março seja o dia internacional do ser humano.
Pratique a igualdade o ano todo