Bento em Dança faz sua última edição depois de 25 anos

2015-04-10_190211

Evento acontece até dia 14, apresentando 18 oficinas e 627 coreografias

Considerado um dos principais festivais de dança do país no gênero, o Bento em Dança já reuniu nesses 25 anos mais de 140 mil bailarinos de mais de 20 países, contribuindo para a promoção da dança como expressão artística, além de estimular a integração de povos e culturas. A cidade de Bento Gonçalves vai ser embalada até o dia 14, por 627 coreografias, 18 oficinas e aproximadamente 6 mil bailarinos.
Serão cerca de 50 horas de apresentações em oito noites de espetáculos, todas abertas ao público com ingresso a R$ 20. Estudantes e idosos pagam meia-entrada. O ballet, nos gêneros Clássico de Repertório e Neoclássico e Clássico Livre reúne o maior número de inscrições com cerca de 300 coreografias. Jazz, Estilo Livre, Técnicas Contemporâneas de Dança, Danças Populares, Danças Urbanas e Sapateado completam a relação de gêneros da dança.
Uma das novidades desta edição é o início das competições já na primeira noite. Cícero Gomes, primeiro bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, e a solista Melissa Oliveira, serão atração na abertura dançando Cisne Negro. No último dia do festival, 14, acontece a Gala de Encerramento com a apresentação dos grandes vencedores, um espetáculo para quem aprecia a arte. Para a presidente do Bento em Dança, Erci Grapiglia, o festival celebra a pluralidade cultural e dá voz à dança.
“Nesses 25 anos, ajudamos a transformar alunos em grandes bailarinos, viabilizamos intercâmbios que transformaram a vida de muitos estudantes e promovemos a dança como uma expressão artística. E fizemos tudo isso por amor à arte, por compreender que através da dança é possível comunicar, emocionar, interagir”.
Durante o dia, também no Pavilhão E, milhares de bailarinos se dedicam ao aperfeiçoamento profissional em oficinas ministradas por 13 professores especializados em diferentes áreas. Serão 69 horas de aulas numa maratona que reúne técnica, sensibilidade, habilidade, dedicação e muito treino.
A programação inicia às 9h e segue até às 16h com oficinas em espaços simultâneos montados especialmente para proporcionar aos bailarinos, além do contato com grandes nomes da dança, a oportunidade de evoluir tecnicamente. As inscrições para oficinas ainda estão abertas e podem ser feitas pelo site www.bentoemdanca.com.br. No dia 14 não haverá oficinas.
No último dia do festival, dia 14, acontece a Gala de Encerramento com a apresentação dos grandes vencedores, um espetáculo para quem aprecia a arte.
Para a coordenadora geral do Bento em Dança, Erci Grapiglia, o festival celebra a diversidade cultural e dá voz à dança. “Nesses 25 anos, ajudamos a transformar alunos em grandes bailarinos, viabilizamos intercâmbios que transformaram a vida de muitos estudantes e promovemos a dança como uma expressão artística. E fizemos tudo isso por amor à arte, por compreender que através da dança é possível comunicar, emocionar, interagir”.

Mostra Aberta
Este ano, a Mostra Aberta acontecerá em dois pontos da cidade. Nos dias 8, 9, 10 e 11, a partir das 15h, as apresentações serão simultâneas na Via Del Vino, no centro da cidade, e no 2º andar do Shopping L’América. Em caso de chuva, a mostra do centro será cancelada. No shopping, haverá, ainda, espetáculos no dia 13, também a partir das 15h.

Presidente anuncia última edição do Bento em Dança

A presidente do Bento em Dança, Erci Grapiglia, anunciou em pronunciamento oficial, que 2017 é o último ano que Bento Gonçalves realiza o festival. O motivo, segundo ela, é a falta de apoio. “Chegou a hora de eu parar. Dediquei 25 outubros da minha vida, deixando minha família de lado, para promover o nome de Bento Gonçalves. E hoje, o Bento em Dança é um dos principais festivais de dança do Brasil, mas que sofre com a falta de incentivo que se repete ano após ano e que, tornou-se insuportável e impossível de continuar. Infelizmente esta é uma realidade que deixa a família da arte da dança muito triste.
Muitas escolas se preparam o ano todo para participar do festival. A expectativa é muito grande, seja para o concurso, seja para as oficinas. A troca de informações, a oportunidade de aperfeiçoamento, o contato com grandes professores, é tudo muito rico e transformador, mas que precisa de estrutura, de apoio, de investimento.
Quando criamos o Bento em Dança, em 1992, sabíamos que não seria fácil. Com a dança, transformamos este lugar num ambiente em movimento, onde o amor por esta arte foi capaz de reunir gente de todos os estilos, independente de sexo, raça, religião ou classe social.
Somos meros espectadores e compartilhamos de uma paixão que emociona, transforma, realiza. Mais de 140 mil bailarinos já passaram pelo Bento em Dança, vindos de mais de 20 países. É uma população que supera o número de habitantes de Bento Gonçalves. Aqui, muitos chegaram como alunos e se tornaram professores ou grandes bailarinos. Cada um foi crescendo junto com o evento. E este talvez seja o grande mérito do Festival, que segue promovendo a arte da dança e oportunizando o aperfeiçoamento pessoal e profissional.
Enfim, trouxemos para Bento Gonçalves uma Festival de emoções, de arte, de cultura, de intercâmbio, de civilização. Uma arte que infelizmente está muito distante do nosso dia a dia, mas que com persistência conseguimos manter durante este período, apesar da falta de apoio necessário.
Apaixonados pelo mundo da dança, trouxemos para cá um festival de danças que pudesse preencher esta lacuna na cultura da cidade, uma lacuna que carece de arte na sua forma de expressão mais autêntica. Se as luzes do palco do Bento em Dança se apagarem, não é por desejo nosso, mas simplesmente pela falta de incentivo”.